REINALDO SILVA
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Em fevereiro deste ano, a tonelada de raiz de mandioca chegou a custar R$ 1.218, preço máximo cotado pela equipe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Desde a primeira quinzena de março, o valor tem sofrido reduções frequentes e na última quinta-feira (4) atingiu a marca de R$ 812.
A queda de 33% é resultado de um encontro de fatores comerciais e climáticos, como explica o técnico do Departamento de Economia Rural da Seab Methodio Groxko. “Estamos no começo de safra. Nesta época a oferta é grande, por isso, cai o preço.”
A normalização dos volumes de chuva sobre Paraná a partir da segunda metade de 2022 também foi favorável para o melhor desenvolvimento das lavouras, “diferente de dois anos atrás, com longas estiagens”, compara Groxko.
Em razão das alterações provocadas pelo fenômeno climatológico La Niña, em meados de 2019 o estado foi castigado pela escassez de chuva, situação que se estendeu até o começo do ano passado. Com índices de precipitação abaixo da regularidade, a maioria das atividades rurais ficou comprometida, inclusive a mandiocultura.
De acordo com o técnico do Deral, outras produções foram beneficiadas com a volta à normalidade, caso da soja e do feijão.
A agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) Heverly Morais cita ainda a citricultura, as pastagens e as plantações de milho, trigo e arroz irrigado. “Desde o segundo semestre de 2022 choveu bem no Paraná. Mesmo quando chove acima da média, se o solo é bem manejado, há infiltração de água e favorece o desenvolvimento das culturas.”
Em relação à mandiocultura, a agrometeorologista do IDR diz que após a colheita os produtores já estão fazendo novo plantio e as lavouras estão apresentando crescimento animador, graças à umidade do solo.
Mercado – Methodio Groxko afirma que o mercado interno é regulado de acordo com a oferta de produtos. “Os preços se baseiam na questão de estoque.” A redução dos valores, portanto, é uma tendência para diferentes produções agrícolas.
Em abril deste ano, durante reunião do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (Simp), os associados falaram sobre a importância da estabilização dos preços, necessária para não desestimular o produtor e evitar a evasão para outras culturas em busca de melhor remuneração.