DANIELE MADUREIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Celebração não deve faltar neste domingo de Páscoa, o primeiro em que muitas famílias voltam a se reunir desde o início da pandemia. Já o ovo de chocolate deve se mostrar bem mais escasso ou, pelo menos, mais modesto em relação à comemoração do ano passado.
Segundo levantamento feito pela plataforma de pesquisas Toluna, quase metade dos consumidores brasileiros (48%) comprou menos ovos de chocolate este ano por conta do aumento de preços. Outros 39% buscaram alternativas mais baratas em relação ao ano passado. Apenas 13% disseram que o valor mais alto não mudou suas escolhas.
Para 72%, o preço dos ovos aumentou muito este ano, enquanto 25% consideram que o preço aumentou um pouco. Apenas 3% disseram que o valor continua igual ao do ano passado.
A pesquisa da Toluna foi feita pela internet entre os dias 11 e 12 de abril, com 768 pessoas das classes A, B e C, em todas as regiões do país. A amostra é representativa do universo de consumidores nacional.
“A maioria dos consumidores procurou comprar menos ovos ou encontrar opções mais baratas”, diz Maria Pare, gerente de marketing da Toluna para a América Latina. A pesquisa, diz ela, apontou uma predileção pelas grandes marcas populares -como Lacta, Nestlé e Cacau Show, escolha de 8 a cada 10 entrevistados.
“Só na última quinta-feira antes da Páscoa [14], batemos o recorde de consumidores visitando as lojas: foram 1 milhão, aumento de 40% em relação ao ano passado”, diz Alê Costa, fundador e presidente da Cacau Show, dona de 2.928 pontos de venda no país, a maioria franquias. “É a velha tradição de deixar as compras para a última hora”, diz.
Cerca de 80% das vendas da marca, que tem fábrica em Itapevi (SP), são de produtos presenteáveis, segundo Costa, oferecidos a um preço “super competitivo”.
“O quilo do nosso chocolate equivale a 5% do salário-mínimo -é o mesmo percentual há 10 anos”, diz o empresário. “Quando eu comecei o negócio, no fim dos anos 80, a proposta era oferecer uma opção acessível aos chocolates finos, cujo quilo equivalia a um salário-mínimo da época”, afirma.
Para lidar com o aumento de custos, segundo Costa, a estratégia da Cacau Show tem sido verticalizar ao máximo a operação: a empresa é dona de uma fazenda de cacau que atende 10% da sua demanda e compra pallets de plástico para produzir a maior parte das suas embalagens -um dos custos mais altos quando se trata de um produto “presenteável”.
Ainda assim, os ovos de Páscoa mais vendidos da Cacau Show são de baixa gramatura: entre 280g e 360g. O campeão de vendas foi o La Creme ao leite (360g), que custa R$ 69,90.
A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) confirma que a maior demanda este ano foi pelos ovos de menor tamanho, caixas de bombom e barras de chocolate. Segundo a entidade, os ovos este ano estão cerca de 12% mais caros na comparação com a Páscoa de 2021.
A maior procura foi por bombons de chocolate de 77 até 250 gramas (16,1% do volume de vendas), seguidos por ovos pequenos, de 186g a 251g (15,4% do volume), e por mini-ovos, coelhos e barras de chocolates (15,3%), informa a Abras.
A Mondelez, dona da marca Lacta, aponta a predileção pelos ovos menores nesta Páscoa: o ovo Sonho de Valsa de 300g foi o mais vendido (R$ 43,90), seguido pelo Lacta ao Leite 318g (R$ 32,90) e Lacta Diamante Negro de 177g (R$ 32,90). O maior ovo oferecido pela marca, o Lacta Favoritos, de 560g (R$ 76,90), não integrou a lista de mais vendidos -nem neste ano, nem no ano passado.
Na Americanas, uma das maiores varejistas de chocolates e ovos de Páscoa do país, o ovo mais vendido foi o da linha D’elicce, marca própria da rede, com destaque para os produtos licenciados das marcas LOL e Ben10, voltados ao público infantil (de R$ 20 a R$ 50).
Os ovos com brinquedos estão em alta: segundo a pesquisa da Toluna, esta é a opção escolhida por 71% dos que dão ovos para crianças.
De acordo com a Americanas, entre as grandes marcas, a mais vendida foi a linha Kit Kat, da Nestlé, com barras, ovos e coelhos de chocolate (cujos preços variam de R$ 4 a R$ 50), além das caixas de bombom Garoto e Nestlé (R$ 10 e R$ 11, respectivamente).
MAIS VINHO QUE BACALHAU
A Abras destaca ainda a estratégia dos supermercadistas nesta Páscoa de aumentar a oferta de marca própria de ovos, até 30% mais baratos, e de reduzir as parreiras ou montar ilhas de bombons e barras na entrada das lojas.
No Rio, uma pesquisa realizada pela Asserj (Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro) confirmou que os consumidores fluminenses não abriram mão dos chocolates na Páscoa, mas reduziram a quantidade das compras.
Segundo o levantamento, cerca de 50% dos entrevistados decidiram adquirir menos chocolates para presentear amigos e familiares neste ano, em relação a 2021.
“Ainda que com o poder de compra reduzido, o consumidor não abriu mão dos chocolates e da ceia. Com o incentivo da diminuição da pandemia, a tendência é de que mais pessoas se reúnam este ano”, disse o presidente da Asserj, Fábio Queiróz.
O almoço com a família é a comemoração preferida desta Páscoa: opção de 78% dos entrevistados da Toluna. Em respostas múltiplas, a segunda opção foi consumo de ovos de chocolate (52%), seguida por visitar família ou amigos (20%) e outras atividades com a família (19,5%).
Na ceia de Páscoa, porém, há mais gente disposta a consumir vinho do que bacalhau. Segundo a pesquisa da Toluna, 53% costumam comprar vinho entre os produtos tradicionais da data, contra 50% preferem bacalhau -peixe cujo preço subiu 14,8% este ano, segundo a Abras.
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