REINALDO SILVA
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O contrato entre o Governo do Estado, o Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS/Amunpar) e a Santa Casa de Paranavaí prevê a realização de 312 cirurgias eletivas por mês na Unidade Morumbi. Os procedimentos começaram no dia 4 de abril deste ano, mas ainda não foi possível completar a meta. A plenitude esbarra no número de pacientes faltosos e na documentação insuficiente para as internações.
O assunto foi discutido em reunião na última quinta-feira (3). Participaram o chefe da 14ª Regional de Saúde, Nivaldo Mazzin, representando o Governo do Estado; o prefeito de Terra Rica, Julio Leite, presidente da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar); o prefeito de Santa Isabel do Ivaí, Freonizio Valente, presidente do CIS/Amunpar; Héracles Alencar Arrais e Marcelo Cripa, respectivamente, diretor-geral e gerente financeiro da Santa Casa; e Romeu Bogoni, secretário da Amunpar.
O entendimento é que os municípios precisam fazer ajustes na dinâmica de encaminhamentos e controlar de maneira mais efetiva o fluxo de pacientes. O prefeito Julio Leite avaliou: “Quando alguém falta, não é culpa da Santa Casa”. A estrutura está lá, a equipe está lá. Em caso de desistência, por qualquer motivo, cabe à Secretaria de Saúde reorganizar a agenda.
Em relação à documentação, Julio Leite afirmou que não são raras as vezes em que o paciente chega à Santa Casa sem os exames necessários ou com indicações equivocadas de médicos. Há relatos, inclusive, de moradores que foram deslocados à Unidade Morumbi para serem submetidos a uma cirurgia eletiva, mas os problemas de saúde não requeriam a realização de procedimentos cirúrgicos.
Todas essas situações geram prejuízos. Para os municípios, porque não conseguem atender os pacientes e veem a fila de espera aumentar a cada mês, e para a Santa Casa, que tem valores de repasses descontados quando não cumpre a meta mensal.
Solução – Apesar pontos negativos apresentados até aqui, o presidente da Amunpar disse que não é difícil resolver o problema. “Estamos próximos de atingir a quantidade de cirurgias eletivas contratadas.” O presidente do CIS/Amunpar, Freonizio Valente, complementou: “Estamos sanando as falhas, a média de operados está além do que tínhamos há dois, três meses atrás”.
Valente pediu paciência aos prefeitos do Noroeste do Paraná, advertindo que existe defasagem nos valores destinados à Santa Casa através do Sistema Único de Saúde (SUS). Disse também que as equipes médicas e de enfermagem continuam as mesmas de dois anos atrás e tiveram importante desgaste durante o período crítico da pandemia de Covid-19.
Para o presidente do CIS/Amunpar, é essencial considerar que ao longo dos dois últimos anos grande parte dos leitos hospitalares foi ocupada exclusivamente por pacientes com sintomas moderados e graves de Covid-19. Sem a possibilidade de realizar outros procedimentos médicos, as cirurgias eletivas ficaram reprimidas, ou seja, a fila de espera aumentou.
Na próxima semana, representantes dos municípios e do hospital deverão se reunir com os profissionais da central reguladora de agendamentos, da Secretaria de Estado da Saúde, para buscar novas orientações que levem ao alcance da meta de 312 cirurgias eletivas por mês.
Finanças – O prefeito Julio Leite lembrou que a Santa Casa de Paranavaí, da mesma forma que outros hospitais filantrópicos de todo o Brasil, enfrenta dificuldades financeiras. Segundo avaliação da equipe da Santa Casa, trata-se da pior crise dos últimos 20 anos.
Para o presidente da Amunpar, é fundamental que a população se mobilize sempre que houver ações para arrecadar fundos para o hospital, que atende pacientes de todo o Noroeste do Paraná. “É função dos cidadãos contribuir.”
Paralelamente, agentes políticos estão se mobilizando para ampliar os repasses feitos às Santas Casas. Nesse sentido, disse Julio Leite, existe o compromisso do atual deputado estadual Tião Medeiros, eleito para a Câmara dos Deputados, de buscar apoio e construir ações conjuntas.