MARCOS GUEDES
DA FOLHAPRESS
Só falta um passo para o Palmeiras alcançar seu grande sonho e conquistar o Mundial. O passo final é o mais difícil, no entanto, e nenhum sul-americano conseguiu o feito em quase dez anos.
Superar o campeão europeu, para o técnico Abel Ferreira, equivale a escalar uma montanha. É o que tentarão fazer os jogadores alviverdes a partir das 13h30 (de Brasília) deste sábado (12), no estádio Mohammed Bin Zayed, em Abu Dhabi, contra o Chelsea, em jogo com transmissão da Band e do Bandsports.
É do vencedor da Champions League, dado o histórico recente, o favoritismo nas casas de aposta. Porém foi justamente o Chelsea o último representante da Europa a fracassar no torneio intercontinental, em 2012, e o desempenho dos finalistas na rodada que antecedeu a decisão deixou mais otimistas aqueles que torcem pela equipe brasileira.
O Palmeiras se impôs sobre o Al Ahly, do Egito, na terça-feira (8), vencendo o campeão africano por 2 a 0 e avançando ao duelo derradeiro sem maiores sustos. Já o Chelsea, no dia seguinte, derrotou o Al Hilal, da Arábia Saudita, pelo placar mínimo e sofreu bastante para segurar o resultado diante do campeão asiático.
Para alguns dos atletas alviverdes, que acompanharam o suado triunfo da formação inglesa em um telão, ficou a sensação de que atingir o topo da montanha é uma meta realista. A equipe londrina ofereceu espaços pelos lados do campo e também nos contra-ataques, algo que o campeão sul-americano pretende explorar.
“Trabalhamos uma tática para poder surpreender. Acho que vamos surpreender, sim, e sair campeões”, afirmou o volante Danilo, animado com a presença dos torcedores do Palmeiras nos Emirados Árabes Unidos. A organização do Mundial liberou venda da carga total de ingressos do estádio, com capacidade para 40 mil espectadores.
“Não tomem todas! Precisaremos de vocês fresquinhos para ajudar o Palmeiras”, brincou Abel Ferreira, pouco depois de ter comandado o último treinamento de preparação para a decisão, realizado no próprio palco da partida. A escalação será a mesma usada contra o Al Ahly, mas a expectativa é que o lateral esquerdo Piquerez seja posicionado como zagueiro.
O treinador alviverde pediu força mental a seus jogadores, como fez nos momentos-chave que levaram o time paulistano até o Mundial. Foi assim nas vitórias sobre Atlético-MG e Flamengo na Copa Libertadores e no triunfo da semifinal em Abu Dhabi. Tudo isso apenas para chegar ao pé da montanha.
“Há muito tempo um time da América do Sul não ganha. Isso demonstra o tamanho da montanha que temos que escalar. Mas acreditamos que podemos fazer, que vamos ganhar e fazer um grande jogo”, disse o técnico, procurando deixar de lado o fato de o Chelsea ter uma capacidade de investimento muito maior.
“Se vamos entrar nas questões financeiras, estamos fora. Então, vamos entrar no que somos bons: coragem, valentia, coragem com a bola para impor nosso jogo, fintar, driblar, dar mais de um toque. Que os jogadores tenham a cabeça em paz para pôr tudo a serviço do coletivo. É juntar o talento com o trabalho, porque aí seguramente a vitória fica mais perto”, concluiu Abel.
Do outro lado, diferentemente do que ocorreu nas semifinais, o Chelsea terá no banco de reservas Thomas Tuchel. Depois de ter acompanhado a distância o triunfo sobre o Al Hilal por causa de um teste positivo de Covid-19, o técnico alemão teve exame negativo e chegou aos Emirados Árabes Unidos na sexta (11).
Tuchel deve manter o modelo 3-4-3 usado normalmente, embora haja algumas dúvidas na escalação. Mendy é o goleiro titular, mas Kepa foi muito bem na partida anterior, enquanto o dono da posição voltava da Copa Africana de Nações, e pode ser mantido. No meio-campo, Kanté, reserva na estreia, tem chance de ganhar espaço.