Festival será realizado de 16 a 18 de outubro em Paraíso do Norte, com entrada gratuita e expectativa de público de 1.500 pessoas
Cibele Chacon
Da Redação
Nos dias 16, 17 e 18 de outubro, Paraíso do Norte se transforma novamente em palco para um dos eventos mais tradicionais da cena cultural do Noroeste do Paraná: o Paraíso do Rock. Em sua 14ª edição, o festival promete reunir cerca de 1.500 pessoas durante os três dias de programação gratuita, marcada por shows de bandas locais, nacionais e internacionais, além de atividades culturais paralelas.

Criado em 2008, o evento se consolidou como referência por abrir espaço tanto para grupos da região quanto para nomes consagrados do Brasil e do exterior. “É um festival respeitado a nível nacional porque tem essa concepção de misturar bandas locais, nacionais e internacionais. Já trouxemos grupos de vários países, e neste ano não será diferente”, destacou o prefeito Beto Vizzotto.
Entre os destaques da programação de 2025 estão a banda argentina Lucho al Ataque, formada por ex-integrantes da histórica Ataque 77, e o grupo uruguaio Buitres, com quase 30 anos de carreira. Do cenário nacional, nomes importantes também estão confirmados, como Otto, ex-Nação Zumbi, e Lucio Maia, também ligado ao movimento manguebeat de Recife.
O festival ainda contará com a apresentação do projeto paraense formado por Felipe e Manoel Cordeiro, que traz a sonoridade da guitarrada em alusão à COP 30. A diversidade de estilos se completa com The Monic, banda paulista formada só por mulheres; os londrinenses do Bufalos d’Água, voltados ao surf music; e o grupo de blues Guglielmi Blues Band, de Paranavaí.
“É uma programação muito rica, que mostra a força da música independente e a diversidade cultural que o festival sempre buscou valorizar”, frisou Vizzotto.
Literatura e cultura paralela – O festival também abre espaço para outras linguagens artísticas. No dia 16, na Casa da Cultura, haverá o lançamento e pré-lançamento de livros de autores nacionais. O jornalista e escritor Jotabê Medeiros apresenta sua obra A Culpa é do Lou Reed, além de do pré-lançamento da sua próxima biografia, sobre Luiz Gonzaga. Já Leonardo Vinhas lança O Evangelho Segundo Odair, sobre a trajetória de Odair José, e fará o pré-lançamento da biografia da banda Ira.
“Essa integração entre música e literatura fortalece a identidade do festival e mostra que o rock também dialoga com outras expressões culturais”, avaliou o prefeito.
Lei Rouanet e apoio institucional – Pela primeira vez, o Paraíso do Rock foi viabilizado com recursos da Lei Rouanet, além do apoio de empresas e instituições como o Parque Tecnológico Itaipu. Para Vizzotto, o incentivo é fundamental para descentralizar os investimentos culturais.
“Essa lei é importante porque permite que parte dos tributos recolhidos pelas empresas retorne em forma de cultura para cidades menores. Sem ela, dificilmente seria possível realizar um festival desse porte em Paraíso do Norte”, explicou.
Estrutura e segurança – O evento será realizado no espaço do CTG, que contará com praça de alimentação, quiosques e cervejas artesanais. Outra novidade é o camping gratuito, com banheiros estruturados e água quente, pensado para receber visitantes de outras cidades diante da lotação dos hotéis locais.
A segurança também está entre as prioridades da organização: haverá presença da Polícia Militar, contratação de 20 seguranças particulares e acompanhamento do Conselho Tutelar, com regras específicas para entrada de adolescentes.
Cultura como resistência – Ao comentar sobre a importância do festival, Vizzotto lembrou os desafios enfrentados pela cultura nos últimos anos e reforçou o papel do evento como espaço de resistência e integração. “A cultura é fundamental para unificar um país. É simbólico que sempre seja uma das primeiras áreas atacadas por setores autoritários. Por isso, retomar o Paraíso do Rock é reafirmar a importância da cultura como elemento democrático”, disse.
Além da programação principal, o festival já tem dois “pré-shows” confirmados: dia 11 de outubro em Maringá e dia 12 em Londrina, ambos com a banda americana Bob Wayne e o grupo feminino curitibano Cigarras.