NATHALIA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Banco Central comunicou na manhã desta segunda-feira (28) que as notas econômico-financeiras relativas ao mês de fevereiro não serão divulgadas ao longo desta semana, como previsto.
O adiamento se deve à mobilização dos servidores do BC, segundo o presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), Fabio Faiad.
“Oportunamente, informaremos as datas de publicação das notas relativas ao mês de fevereiro de 2022”, disse o BC em nota, sem se pronunciar sobre o motivo do adiamento.
As estatísticas do setor externo seriam publicadas nesta segunda (28), às 9h30, as monetárias e de crédito na quarta-feira (30) e as fiscais na quinta (31), também no mesmo horário.
Com paralisações diárias das 14h às 18h, a operação-padrão dos servidores do BC tem provocado uma série de atrasos na rotina da autoridade monetária, especialmente na divulgação de indicadores.
Nas últimas semanas, houve atraso na publicação dos dados do fluxo cambial, da pesquisa Focus, do resultado do questionário pré-Copom, da apuração da taxa ptax diária, além de interrupções no monitoramento preventivo do Pix e do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro).
Em mobilização por reajuste salarial e reestruturação de carreira, representantes dos servidores do BC se reuniram com o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, no último sábado (26). No entanto, seguem sem uma proposta oficial do governo.
Diante disso, os funcionários do BC participarão de uma assembleia na tarde desta segunda (28) para deliberar sobre a possibilidade de greve por tempo indeterminado a partir de 1º de abril. Neste contexto, Campos Neto cancelou sua agenda de eventos em Campo Mourão, no Paraná, e permanecerá em Brasília.
Em coletiva na última semana, o presidente do BC disse respeitar o direito dos funcionários quando perguntado sobre a possibilidade de greve. “Eu sei que eles têm um enorme senso de responsabilidade e que temos esquemas de contingência caso algo mais severo aconteça”, disse.
O movimento dos servidores do BC faz parte da mobilização nacional do funcionalismo público por recomposição salarial depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) acenou conceder aumento para policiais federais, rodoviários federais e agentes penitenciários. A verba disponível no Orçamento para elevar a remuneração dos servidores é de R$ 1,7 bilhão.
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