Boletim de Conjuntura Agropecuário destaca o cultivo da planta trepadeira cujos frutos secos fornecem fibra principalmente para esponja de banho ou limpeza doméstica. No Estado, 41 municípios produziram bucha em 104 hectares. Foram colhidas 2,3 milhões de unidades que somaram R$ 5,4 milhões em valor bruto
Com uma localização privilegiada, que possibilita boas produções e boas rendas tanto em culturas de verão quanto de inverno, o Paraná também se destaca pela variedade de produtos que podem florescer nos campos. Entre eles está a bucha vegetal, cultivada comercialmente em 41 municípios, que renderam R$ 5,4 milhões em Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) em 2023.
A bucha vegetal nasce em uma planta trepadeira. Os frutos secos fornecem uma fibra usada principalmente como esponja de banho ou para limpeza doméstica. Mas há outros usos devido a suas propriedades como isolante acústico e térmico e seu poder de filtragem. Também há histórico de utilização na medicina caseira. Por ser biodegradável e reciclável é considerado um produto mais sustentável que esponjas sintéticas.
Ela foi produzida em 104 hectares do território paranaense, que resultaram em 2,3 milhões de unidades. A principal região produtora é no entorno de Maringá, no Noroeste, de onde saíram 66,3% da produção. É seguida pelo núcleo de Londrina, Norte, que foi responsável por 20,4%.
O município de Marialva se destaca, com 30 hectares que produziram 800 mil unidades, avaliadas em R$ 1,9 milhão no VBP. Floraí e São Jorge do Ivaí plantaram, cada um, 10 hectares com produção de 250 mil unidades e VBP de R$ 580 mil.
O cultivo da bucha vegetal é um dos temas analisados pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 31 de janeiro a 6 de fevereiro.
“Respeitadas as recomendações dos médicos dermatologistas e sendo um produto ecológico por natureza, a bucha vegetal é cultivada comercialmente em nosso estado e, mesmo que à margem das grandes atividades da agropecuária, tem sua importância singular notadamente na agricultura familiar”, disse o engenheiro agrônomo Paulo Andrade.
MILHO – O boletim registra ainda que o plantio do milho segunda safra 2024/25 teve um avanço rápido e já ocupa 28% da área estimada de 2,56 milhões de hectares neste ciclo. Isso se deve principalmente à melhora nas condições climáticas e avanço na colheita da soja.
Com isso, os trabalhos de semeadura dessa cultura estão normalizados no campo, inclusive superando a média das últimas cinco safras, quando neste período o plantio atingia aproximadamente 13% da área.
SUÍNOS – Os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apontam que o Brasil obteve receita de US$ 881 mil com a exportação de suínos reprodutores de raça pura durante 2024. Apenas três estados participaram dessa operação: São Paulo (US$ 385 mil), Paraná (US$ 329 mil) e Minas Gerais (US$ 167 mil).
Os principais parceiros foram o Paraguai, que investiu R$ 358 mil na compra, e Argentina, com US$ 354 mil. Além deles o Uruguai pagou US$ 150 mil e a Bolívia, US$ 19 mil. O Paraná foi o único estado a manter parceria comercial com os quatro.
Em relação à importação de suínos reprodutores de raça pura, as aquisições se reduziram pela metade em 2024. No ano anterior o Brasil tinha investido US$ 5,5 milhões, baixando para US$ 2,7 milhões. O Paraná foi o terceiro maior importador, pagando US$ 804 mil.