Em nova etapa de combate à mais grave das doenças dos citros, a força-tarefa contra o greening, ‘Big Citros Umuarama’, inspecionou aproximadamente 180 propriedades e erradicou mais de 200 mil plantas infectadas no Noroeste do Paraná, principal região produtora do Estado.
Realizada no início de novembro, a operação contou com 30 servidores da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e abrangeu os municípios de Altônia, Cruzeiro do Oeste, Maria Helena, Iporã, São Jorge do Patrocínio, Perobal, Cafezal do Sul e Umuarama.
A força-tarefa atuou em duas frentes: o cadastro de novas áreas de produção e a investigação de denúncias de plantas cítricas doentes. A força-tarefa fomentou o trabalho de conscientização, fiscalização e reforço nas medidas de prevenção e controle do greening na região Noroeste.
A operação resultou na erradicação de cerca de 220 mil plantas cítricas infectadas em 22 propriedades, com o apoio de equipes do setor produtivo de acordo com dados do Departamento de Sanidade Vegetal (DESV) da Adapar.
Segundo o departamento, a erradicação dessas plantas hospedeiras de greening, em áreas vizinhas ao setor produtivo é de grande importância. “Essas plantas estão infectadas com a doença e são fonte de inóculo constante da bactéria e do vetor, o chamado ‘psilídio’ dos citros, dificultando muito o controle dentro dos pomares”, explica Renato Blood, chefe do Departamento de Sanidade Vegetal da Adapar.
Das 89 denúncias de propriedades com sintomas da doença, 8 foram consideradas improcedentes. Entre as denúncias procedentes, 11 produtores foram notificados para apresentar o Plano de Manejo de Controle do HLB, e 35 foram notificados para erradicar as plantas doentes no prazo de 20 dias.
ESFORÇOS – O combate ao greening no Paraná em 2024 reflete uma série de ações estratégicas realizadas ao longo do ano para conter o avanço da doença que ameaça a citricultura.
Em agosto do ano passado a Adapar promoveu uma força-tarefa semelhante na região de Paranavaí, com envolvimento de órgãos públicos, iniciativa privada, produtores e industriais. Esse trabalho continua com eliminação de todas as plantas que apresentam doença e fiscalização rigorosa contra a venda irregular de mudas no comércio ambulante.
Foram promovidos também em 2024 encontros de Câmaras Técnicas na região Noroeste, permitindo o diálogo entre especialistas e produtores para discutir medidas de manejo e controle. Além disso, o tema foi destaque em feiras agropecuárias e eventos técnicos promovidos no Estado, principalmente nas regiões Norte e Noroeste. O monitoramento intensivo de pomares e ações preventivas também integraram os esforços da defesa agropecuária para preservar a sanidade e a competitividade da citricultura paranaense.
GREENING – O HLB (Huanglongbing) ou greening dos citros é a principal praga quarentenária que afeta os citros no mundo devido à severidade, rápida disseminação e dificuldades de controle. No Brasil, a bactéria “Candidatus Liberibacter asiaticus” (CLas) é o principal agente causal do HLB. A doença afeta plantas de praticamente todas as espécies cítricas, além da Murta (Murraya paniculata), Fortunella spp. e Poncirus spp, e é transmitida pelo psilídeo asiático dos citros “Diaphorina citri Kuwayama”.