O Paraná apresentou crescimento de 240% no volume de pescados exportados no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2021, e elevou em 468% as receitas provenientes deste setor. Este é um dos assuntos analisados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 29 de abril a 5 de maio.
O registro do Agrostat, sistema do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que oferece visão detalhada de exportações e importações do agronegócio brasileiro, mostra que os 240% a mais no volume de pescados exportados pelo Paraná representam um salto de 350 toneladas para 1,2 mil toneladas, enquanto a receita disparou de US$ 568 mil no primeiro trimestre do ano passado para US$ 3,2 milhões entre janeiro e março de 2022.
Ainda que a piscicultura seja, por enquanto, uma atividade com menos expressão que outras do agronegócio paranaense, os números mostram, segundo o Boletim de Conjuntura, que há um movimento da indústria para aumentar a representatividade na balança comercial. O Paraná desponta como o principal produtor de peixes de cultivo no Brasil. No último levantamento do Anuário PeixeBR, referente a 2021, o Estado alcançou a marca de 188 mil toneladas, das quais 182 mil de tilápias.
Essa espécie, na forma congelada, foi o principal item da exportação no Estado, representando mais de 80% do volume. Os Estados Unidos lideraram as importações no primeiro trimestre deste ano – compraram 789 toneladas. A quantidade é 399% superior à adquirida de janeiro a março de 2021, e representa 66% de toda a exportação de pescado do Paraná.
Suíno e pecuária – O documento elaborado pelos técnicos do Deral apresenta também um panorama sobre a pressão dos custos de insumos para a produção da carne suína, particularmente em razão do preço do milho. A análise mostra que os menos de 20% de produtores independentes, ou seja, aqueles não integrados a uma indústria ou cooperativa, sentiram mais o impacto.
Para os produtores de leite do Estado, o pagamento pelo litro teve alta de 22,5% em abril, comparativamente ao mesmo mês de 2021. No entanto, dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) mostram que o custo efetivo total da pecuária leiteira no Brasil subiu, em média, 14% nos últimos 12 meses.
Mandioca e feijão – As chuvas regulares em todas as regiões do Paraná facilitam o trabalho de colheita da mandioca. Além disso, segundo produtores, as temperaturas mais baixas nos últimos dias tendem a elevar o teor de amido, o que garante melhor preço. A previsão é de colher mais de 2,8 milhões de toneladas na safra 2021/22.
No entanto, as chuvas preocupam os produtores de feijão. A colheita começou na semana passada e atingiu 7% da área de 301.287 hectares. A estimativa é que a maioria das 605 mil toneladas projetadas para o Estado seja colhida ainda neste mês.
Soja, milho e trigo – Com a colheita da safra de soja 21/22 encerrada e produção abaixo do esperado, o mercado está se preparando para comercializar os 50% dos 11,8 milhões de toneladas que ainda não foram vendidos. Nas duas últimas safras, neste mesmo período, as vendas já superavam 70%, e com volumes maiores de produção. Quem tem onde estocar aguarda preços ainda melhores.
No milho, o registro é para a piora nas condições de lavoura apontada no relatório semanal de plantio e colheita. Em parte, isso se deve aos temporais do final de abril nas regiões Oeste e Sudoeste. O plantio do trigo, que já ocupa 13% da área, evolui bem no Estado e segue dentro do calendário agrícola, aproveitando as condições de campo favoráveis.
Frutas e tomate – A citricultura também é tema de análise no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária. Principal atividade frutífera do Paraná, tem predominância da laranja na região de Paranavaí, de tangerinas em Cerro Azul e de limões no polo de Altônia. Os citros ocupam 52,1% da área de frutas no Estado, e as três espécies citadas respondem por 56,5% das colheitas.
O documento registra, ainda, a colheita de 30% da área de tomate na segunda safra. A expectativa é produzir 95 mil toneladas no ciclo. A região de Ponta Grossa é o principal polo da cultura, que tem liderança no município de Reserva, responsável por 13% da produção estadual.