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Queimaduras são de recuperação lenta e podem deixar sequelas
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ALERTA

Paraná registra 403 casos de queimaduras em crianças de 1 a 4 anos em 2025

O país totaliza 3.613 internações. Férias e calor ampliam riscos dentro de casa; cozinha concentra a maioria dos acidentes

As férias e as altas temperaturas costumam transformar a casa em um cenário de brincadeiras improvisadas: barracas de panos montadas no meio da sala; em qualquer espaço, a criançada estica uma toalha no chão e faz um piquenique, etc. A criatividade é quase que infinita quando se trata de crianças. Mas, enquanto o ritmo desacelera para os adultos, o período contrasta com o aumento dos acidentes envolvendo crianças pequenas. Dados do Datasus, compilados pela ONA – Organização Nacional de Acreditação, mostram que 3.613 crianças, de 1 a 4 anos, foram internadas por queimaduras no Brasil entre janeiro e setembro de 2025. O Nordeste lidera, com 1.109 casos, seguido por Sudeste (938), Sul (777), Centro-Oeste (527) e Norte (262).

Entre janeiro e setembro de 2025, o estado do Paraná registrou 403 casos de queimaduras em crianças de 1 a 4 anos, ficando em primeiro lugar nas estatísticas no Brasil.

Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, sete em cada dez acidentes acontecem dentro de casa. A faixa etária de 1 a 4 anos é a mais atingida – reflexo de uma combinação que inclui curiosidade intensa, rapidez nos movimentos e pouca noção de perigo.

Cozinha: acidentes que acontecem em segundos

A maior parte das ocorrências acontecem com líquidos quentes, segundo a pediatra e membro da ONA, Mariana F. Falavina Grigoletto. No cotidiano das casas brasileiras, basta um cabo de panela virado para fora, uma xícara quente à beira da mesa ou panela recém-retirada do fogo, para que o risco se transforme em queimadura. 

Em muitos atendimentos, explica a pediatra, o cenário se repete. “A criança puxa o cabo, tropeça no pano da mesa, esbarra no copo, mexe na cafeteira e tenta alcançar recipientes aquecidos. Todo cuidado é pouco com os pequenos”.

Embora menos frequentes, as queimaduras por chama ou líquidos inflamáveis costumam ser mais graves. “Dentre as queimaduras químicas, a ingestão de soda cáustica é a principal causa de queimaduras em crianças. Pilhas e baterias, quando ingeridas ou rompidas, seguem como ameaça silenciosa devido ao conteúdo corrosivo”, alerta a Dra. Mariana.

Tomadas, fios e sol forte completam os riscos – Choques elétricos também aparecem entre os acidentes mais comuns na infância. Tomadas sem proteção, fios desencapados e extensões improvisadas, muitas vezes passam despercebidos no ambiente doméstico.

No verão, o sol se torna outro vilão. Vermelhidão, dor e calor local são sinais de queimadura solar, mais frequentes entre 10h e 16h, período de maior radiação.

O que fazer quando a queimadura acontece? “Jamais use gelo, clara de ovo, manteiga, pasta de dente, pomadas, óleo de cozinha ou qualquer outra receita caseira sobre a área queimada. Esses produtos agravam a lesão e aumentam o risco de infecção”, alerta a pediatra. 

A primeira medida recomendada é resfriar a área com água corrente fria, nunca gelada — por 10 a 20 minutos. Antes do inchaço, remova anéis, pulseiras e acessórios. “Roupas grudadas na pele não devem ser retiradas, pois podem arrancar tecido vivo; se necessário, corte apenas o que estiver solto. Se houver bolhas, não estoure!”, recomenda a Dra. Mariana.

É importante procurar atendimento de urgência se houver:

Bolhas, Febre, dor intensa ou pus, Aumento de vermelhidão, Queimaduras em rosto, mãos, pés e genitais; Náuseas, sonolência ou desmaio.

Prevenção ainda é o cuidado mais eficaz

A maior parte dos acidentes poderia ser evitada com pequenas mudanças na rotina doméstica. Entre as principais recomendações da pediatra são:

Evite segurar a criança no colo enquanto cozinha ou manuseie líquidos quentes; Mantenha fósforos, isqueiros e álcool fora do alcance das crianças; Vire os cabos das panelas para dentro; Priorize as bocas de trás do fogão; Evite que as crianças se aproximem de forno e fogão assim como ferro de passar roupa e chapinhas; Nunca deixe objetos ou líquidos quentes nas bordas das mesas; Evite toalhas compridas que facilitem os puxões; Atenção ao micro-ondas: o aquecimento é irregular e pode gerar queimadura na boca; Guarde os produtos químicos em locais altos e trancados; Tampe tomadas e redobre a atenção com fios soltos e desencapados; Descarte pilhas e baterias adequadamente; Teste sempre a temperatura da água do banho, antes de colocar a criança; Aplique protetor solar, reaplicando a cada duas horas, após mergulho ou suor excessivo; Evite exposição solar entre 10h e 16h; Use roupa leve, chapéu, óculos e acessórios de proteção.

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