Sob impacto direto da pandemia da Covid-19, o número de matrículas em creches no Paraná caiu 13,6% entre 2019 e 2021. No ensino fundamental, a redução no período foi de 4% e, no ensino médio, de 7,1%. Apenas a pré-escola teve elevação no número de matrículas, de 0,9%, nos últimos três anos. A conclusão é de levantamento nacional realizado pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) em relação aos 5.568 municípios do país, com dados extraídos do Censo Escolar de 2021.
O estudo avaliou a evolução das matrículas nas três etapas da educação básica: educação infantil (creche e pré-escola), ensino fundamental e ensino médio; das esferas pública (redes federal, estaduais e municipais) e privada. O levantamento foi encaminhado pela Atricon a todos os tribunais de contas do país, com o objetivo de subsidiar o acompanhamento da oferta de ensino e as ações de fiscalização desses órgãos de controle externo da gestão pública.
O levantamento mostra que, de 2019 a 2021, o número de matrículas em creches no Paraná caiu de 228.731 para 197.664 (-13,6%), o que significou uma perda de 31.067 vagas no período. No ensino fundamental, as matrículas foram reduzidas de 1.404.493 para 1.348.296 (-4%), uma queda de 56.197 inscrições, em escolas públicas e privadas. Já no ensino médio, a redução foi 7,1%, com a perda de 29.083 matrículas no período. Passaram de 407.773, em 2019, para 378.660, no ano passado.
Somente a pré-escola teve aumento de matrículas no Paraná no último triênio. O número passou de 274.477, em 2019, para 276.973, em 2021. No período, foi registrado um pequeno crescimento, de 0,9%, com o incremento de 2.496 matrículas.
O levantamento aponta que todas as regiões do país tiveram queda no número de matrículas em creches. A maior redução ocorreu no Sul (11,4%), seguida por Sudeste e Centro-Oeste (ambos com 10,6%), Nordeste (5,6%) e Norte (1,3%). Das três etapas em que é dividida a educação básica, apenas o ensino médio apresentou aumento no ingresso de estudantes na média nacional. Confira aqui a situação de cada unidade da federação.
“A maior redução, verificada na educação infantil, preocupa, pois é a etapa que já se comprovou decisiva para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças. Essa queda se deu fortemente na rede particular e atingiu também a pública”, destacou o presidente da Atricon, Cezar Miola, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS).
Para o diretor de Desenvolvimento do Controle Externo da Atricon, Fabrício Motta, “outra consequência da diminuição das matrículas na educação infantil “é ficarmos mais distante de alcançar a meta do Plano Nacional de Educação, que é de ter 50% da população de zero a três anos atendida em creches até 2024″.