A Secretaria Estadual da Saúde vai disponibilizar aos municípios a partir desta semana cerca de três mil protetores de cinto de segurança para as pessoas que possuem a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA). Os protetores poderão ser retirados pelos interessados já na próxima semana.
Além do uso no cinto de segurança e nas cadeirinhas para veículos, o protetor de cinto pode ser utilizado também em mochilas escolares.
Segundo dados da Secretaria estadual da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), responsável pela disponibilização da carteira às pessoas com autismo, mais de três mil indivíduos já possuem o documento. Eles receberão, por meio de mensagem de texto, uma notificação no número de celular cadastrado com as orientações para fazer a retirada do protetor de cinto.
“O autista pode ter dificuldades em se expressar ao ser abordado. Com o protetor de cinto que identifica essas pessoas, é possível realizar uma aproximação diferenciada, principalmente em casos como acidentes”, disse o secretário da Saúde, César Neves.
Angélica Koerich é mãe do Ângelo, uma criança de quatro anos diagnosticada com autismo. Ela diz que a utilização do cinto auxiliará na identificação e cuidado com o menino. “Ter um filho com autismo é um desafio diário de dedicação e amor, e o uso do protetor de cinto poderá auxiliar no cuidado da vida do meu filho, não o rotulando, mas ajudando em uma situação de emergência. Além de utilizar na cadeirinha, também vou colocar na alça da mochila escolar para facilitar a identificação da deficiência”, disse.
A Sesa investe na linha de cuidado a pessoa com deficiência, com capacitações e oficinas que permitem que os profissionais de saúde estejam em constante atualização. Durante todo o mês de abril a Secretaria, por meio das 22 Regionais, promoveu diversas ações como caminhadas, palestras e rodas de conversas para fomentar e ampliar a discussão sobre o assunto.
TEA – O Transtorno do Espectro do Autismo é considerado um distúrbio do neurodesenvolvimento com início na infância, que pode afetar a capacidade de se comunicar e interagir.
“Os sintomas do TEA variam de paciente para paciente, sendo os mais comuns a dificuldade de comunicação, dificuldade nas interações sociais, interesses obsessivos e comportamentos repetitivos”, explica a chefe da Divisão de Saúde das pessoas com Deficiência, Aline Jarschel de Oliveira.
Estimativa – A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil. Estima-se que uma em cada 88 crianças apresenta sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Tratamento – O tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) pode ser feito em diferentes abordagens que visam melhorar a compreensão das características centrais do autismo.
A Sesa mantém 350 pontos de atenção especializados em atendimentos às pessoas com deficiência intelectual, incluindo TEA.
Em 2021, em parceria com o Florida Institute of Tecnologie – referência no tratamento do autismo -, a Sesa já garantiu a certificação a 135 profissionais do SUS, em 19 regiões do Estado, que realizaram o curso de capacitação para uso da terapia ABA.