O sangue doado por ele será utilizado em uma força-tarefa nacional: salvar a vida de uma paciente de 38 anos, internada com anemia em estado grave, na cidade de Teresina, no Piauí. O doador, que prefere não se identificar, realizou a doação nesta quarta-feira (29).
No início deste mês, a Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH) do Ministério da Saúde acionou os hemocentros do Brasil para identificar possíveis doadores do sangue raro “Kell-Null”. No Brasil, segundo o Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR) há apenas três pessoas cadastradas com este sangue e uma delas é um paranaense de Foz do Iguaçu.
O doador, que prefere não se identificar, foi convocado pela Hemorrede e realizou a doação nesta quarta-feira (29). O sangue doado por ele será utilizado em uma força-tarefa nacional: salvar a vida de uma paciente de 38 anos, internada com anemia em estado grave, na cidade de Teresina, no Piauí.
Agora, o sangue doado será enviado para o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) localizado em Curitiba. De lá, o Ministério da Saúde providenciará o transporte para que o sangue chegue no Piauí. Da doação em Foz do Iguaçu até a receptora em Teresina a bolsa com o Kell-Null percorrerá mais de três mil quilômetros.
“Esperamos que esse gesto toque o coração de todos os paranaenses para que continuem sendo solidários e doando seu sangue em prol da vida de alguém”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
TIPOS SANGUÍNEOS – Além dos populares A, B, AB e O, positivos e negativos, que se enquadram no sistema ABO (combinado com o Rh), ao menos 43 sistemas que descrevem mais de 373 antígenos sanguíneos diferentes já foram identificados pela Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue (International Society of Blood Transfusion – ISBT). O que difere um do outro é, principalmente, a variação das proteínas que os compõem.
Dentre os antígenos já conhecidos, o “Kell-Null” ou “fenótipo Bombaim” faz parte de uma subvariação do sistema Kell e é extremamente raro, sendo encontrado em apenas 0,01% da população mundial, com destaque para países como Finlândia, Japão e Reino Unido. As pessoas que possuem esse fenótipo só podem receber doações de pessoas que tenham a mesma variação, o que dificulta, e muito, a procura por sangue compatível.
“O Hemepar sempre se preocupou em identificar os tipos sanguíneos para garantir transfusões cada vez mais eficazes, e com o apoio da Sesa, temos insumos e materiais suficientes para realizar as fenotipagens, que é a identificação do sangue. Hoje temos quase 45 mil doadores cadastrados com fenótipos”, explicou a diretora do Hemepar, Liana Labres de Souza.
PROCESSAMENTO – O Hemepar é credenciado no CNSR para identificação de doadores com fenótipos raros. Toda vez que uma pessoa faz uma doação, esse sangue é encaminhado para processamento, onde são realizadas as separações do sangue em componentes (eritrocitários, plaquetários e plasmáticos), além da realização de testes e fracionamento dos hemocomponentes para armazenamento.
“Temos características no sangue que nos diferem de uma pessoa para outra e a descoberta desses doadores raros pode ser realizada por meio de um exame chamado biologia molecular, entre outros. O Hemepar realiza esses testes desde 1991 e aos poucos fomos estendendo isso também para as Regionais de Saúde”, afirmou a chefe de Divisão de Hemoterapia do Hemepar, Renata Pavese.
Fonte: Agência Estadual de Notícias.