A Black Friday faz parte da programação de compras da população brasileira. Incorporada ao calendário do varejo nacional em 2010, é a quinta data mais importante para o setor, ficando atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. Segundo sondagem da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) e do Sebrae Paraná, 26,7% dos paranaenses veem vantagem na Black Friday. Essa parcela é menor do que em anos anteriores: em 2021, 36,7% dos consumidores do estado acreditavam nos benefícios da data e em 2020 eram 44%. Os resultados evidenciam que as lojas precisarão baixar os preços efetivamente para conquistar a confiança do paranaense e o motivar a gastar.
“O comércio está em aceleração neste fim de ano, beneficiado pela baixa da inflação no segundo semestre e pela conjugação da Black Friday, Copa do Mundo e Natal. Neste ano, a perspectiva dos paranaenses com relação à Black Friday retoma a patamares similares ao período pré-pandemia. Esta data de descontos, que muitas vezes é estendida por um período maior, não se limita mais aos eletroeletrônicos, mas também a outros segmentos do varejo como vestuário e calçados, eletrodomésticos, dentre outros”, observa o coordenador de Desenvolvimento Empresarial da Fecomércio PR, Rodrigo Schmidt.
Dos entrevistados ouvidos pela pesquisa, 17,8% disseram adiantar as compras de Natal durante a Black Friday. O percentual está acima dos 13,6% registrados em 2021 e representa uma oportunidade para os comerciantes alavancarem as vendas.
Para o consultor do Sebrae/PR, Lucas Hahn, a data tende a gerar frutos para o Natal e outras datas comemorativas próximas, para aqueles empresários que utilizam a Black Friday de forma séria, com descontos verdadeiros, juntamente com uma estratégia bem definida de captação, retenção e relacionamento com o cliente. “É importante utilizar estratégias de marketing para a recompra, como o cashback, cupons de descontos para a próxima compra, indicação de amigos, cartões de fidelidade, entre outras que sejam aderentes ao negócio”, explica.
Segundo Lucas, as ações precisam ser pensadas de forma estrutural, considerando custos, precificação, lucratividade esperada e retorno sobre investimento. “Planejar é a palavra norteadora para se sair bem nessa Black Friday”, ressalta o consultor.
Entre os adeptos à Black Friday, 41,4% aguardam a data para comprar. O percentual ficou abaixo do ano passado, quando 56,8% esperavam novembro para fazer suas compras.
De acordo com projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Black Friday de 2022 deverá movimentar R$ 4,21 bilhões no país, avançando 13,2% em relação ao evento do ano anterior.
Produtos
Os produtos mais procurados pelos consumidores na Black Friday são eletrônicos, com 52,7%. Na sequência ficam os itens de vestuário e calçados (33%), eletrodomésticos (27,5%), cursos (4,4%), livros e afins (4,4%), brinquedos (3,3%), viagens e turismo (3,3%) e serviços (1,1%).
Média de gastos – Quem vai comprar na Black Friday deste ano está propenso a gastar mais segundo a sondagem. O valor médio das compras será de R$ 770,12, alta de 8,35% quando comparado aos R$ 710,80 do ano passado.
Pesquisa de preços – Para 37,5% dos consumidores, as pesquisas de preço para a Black Friday são feitas uma semana antes do evento, que neste ano está marcado para acontecer no dia 25 de novembro. Outros 25% monitoram as ofertas um mês antes da data e 3,1% mais de um mês. E há uma parcela considerável, de 34,4%, que não faz pesquisa de preços.
Nível de consumo – Dos que aproveitam a data, 51,5% compram mais do que o planejado durante a Black Friday e 5,1% gastam além do programado dependendo da oferta ou desconto.