REINALDO SILVA
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O carro fumacê é um instrumento de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika. O veículo é equipado com bomba de aplicação de inseticida em ultra baixo volume, daí a sigla UBV. Trata-se de um recurso importante para reduzir a infestação do Aedes aegypti.
O uso do veneno requer cuidados, por isso mesmo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) definiu uma série de regras que devem ser cumpridas antes de liberar os carros fumacês para os municípios. Em Paranavaí os requisitos estão sendo cumpridos e a expectativa é que o equipamento seja disponibilizado ainda esta semana.
As caminhonetes vêm de Maringá e o processo de aplicação do inseticida pode começar imediatamente após a chegada. De acordo com a 14ª Regional de Saúde, responsável por compilar os documentos e gerenciar os pedidos feitos pelos gestores municipais, normalmente são feitos de três a cinco ciclos de UBV.
A Vigilância em Saúde informou que a princípio serão contempladas oito localidades de Paranavaí, conforme os índices de infestação do Aedes aegypti: São Jorge, Silvio Vidal, Luiz Lorenzetti, Geraldo Felipe, Vista Alegre, Santos Dumont, Vila Operária e Ouro Branco.
O índice de infestação aponta a média de imóveis com focos de larvas do mosquito. Consideram-se os seguintes valores e classificações: abaixo de 1%, baixo risco; de 1% a 3,9%, médio risco; acima de 4%, alto risco.
Em janeiro deste ano, a Vigilância em Saúde fez um levantamento e identificou os seguintes índices de infestação: 13,64 no Luiz Lorenzetti; 12,12 no Geraldo Felipe; 9,52 no São Jorge; 7,14 no Vista Alegre; 6,55 na Vila Operária; 4,94 no Santos Dumont; 4,72 no Silvio Vidal; e 4,37 no Ouro Branco.
Na média geral, Paranavaí alcançou 4,6 e entrou na classificação de alto risco.
Epidemia – Na semana passada a Prefeitura de Paranavaí decretou situação de epidemia de dengue, um dos requisitos para receber o carro fumacê. No mesmo período, iniciou o cumprimento de outra exigência, a realização de mutirões de limpeza.
A previsão da Vigilância em Saúde é que o trabalho dos agentes e combate a endemias (ACEs) e comunitários de saúde (ACSs) termine até sexta-feira.
Durante esse tempo, as equipes estão visitando os imóveis, eliminando os criadouros de Aedes aegypti e orientando os moradores sobre os cuidados para evitar que o mosquito prolifere.
O ciclo reprodutivo do inseto depende da combinação de água e altas temperaturas, por isso é importante retirar do quintal todos os objetos que acumulam água, tapar caixas d’água e cisternas e manter limpos os bebedouros de animais. O descarte irregular de lixo em vias públicas, terrenos baldios, estradas rurais e fundos de vale também contribui para o avanço dos índices de infestação do Aedes aegypti.