REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
Este fim de semana promete ser o mais quente da história de Paranavaí. As previsões do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) indicam elevação gradativa de temperatura e recordes sequenciais a partir de hoje (22) até segunda-feira (25), todos os dias com predomínio de sol.
Acompanhe a progressão das máximas esperadas: 39°C sexta, 41°C sábado, 43°C domingo e 44°C segunda.
A onda de calor que atingiu Paranavaí nos últimos dias de inverno – e deverá persistir durante a primavera – é resultado da atuação do fenômeno climatológico El Niño, que se desenvolve nas águas do Oceano Pacífico Equatorial e tem efeitos em vários pontos do globo, explica o meteorologista Reinaldo Kneib. No caso do Paraná, faz com que haja calor e umidade.
Para ter uma ideia, o Simepar faz o registro das temperaturas há 28 anos. Desde então, o último domingo (17) teve a maior marca em Paranavaí, chegando a 35,9°C. Significa que nem mesmo em dias de verão a cidade havia alcançado valor tão alto.
Talvez você já tenha ouvido alguém reclamar: “Se está assim no inverno, imagine no verão”. De acordo com o Simepar, ainda é cedo para saber como será o verão, mas já é possível vislumbrar características da primavera. A nova estação do ano começará neste sábado (23) às 3h50 e seguirá até 22 de dezembro à 0h27.
O meteorologista Reinaldo Kneib informa que o Paraná permanecerá sob influência do fenômeno El Niño e a partir de outubro a atmosfera ficará mais instável. Os ventos médios se deslocarão da região tropical para o setor sul do Brasil, transportando bastante umidade e calor. “Isso aumenta as condições para chuvas volumosas associadas a ventanias ou rajadas de ventos fortes e queda eventual de granizo.”
A tendência é que as chuvas fiquem acima da média histórica e que novas ondas de calor avancem sobre o Paraná nos próximos meses.
Saúde – Essas condições exigem cuidados especiais, afinal o calor excessivo pode provocar desidratação e insolação.
A médica da família Lara de Carvalho Gral, que atua na Atenção Primária em Saúde da Unimed, explica que a as altas temperaturas fazem o corpo suar, sendo necessário repor esse líquido. Caso contrário há riscos de tontura, náusea, confusão mental, queda de pressão e desmaio.
A situação mais grave é a da insolação, quando o tempo de exposição ao sol é prolongado. “Pode apresentar febre, dor de cabeça, tontura, náusea, confusão mental e até entrar em um quadro de choque. Se o tratamento não for feito a tempo, corre o risco de morte”, alerta a médica e complementa: a elevação da temperatura corporal pode comprometer o funcionamento dos órgãos internos, por exemplo, rins, coração e pulmões.
Normalmente os efeitos são mais severos em bebês, crianças pequenas e idosos. “Essas faixas etárias têm que redobrar os cuidados com a hidratação e com ambientes ventilados”, orienta Lara de Carvalho Gral.
Precauções – Para evitar os efeitos do calorão é necessário se abrigar em ambientes frescos, à sombra, e tomar banhos com mais frequência para baixar a temperatura corporal. Além disso, diz a médica da família, “é muito importante aumentar a ingesta hídrica, tomar mais água do que está acostumado em dias normais”.
Da mesma forma, é preciso manter a alimentação leve, mais rica em verduras, legumes e frutas. O que evitar? Carboidratos e gorduras em excesso.
Quem pratica atividades físicas também deve tomar cuidados. “O ideal é fazer em ambiente climatizado, refrigerado ou pelo menos não ao ar livre, onde tem maior possibilidade de sofrer as consequências”, afirma.
Outra preocupação da médica da família é com o uso de piscinas em clubes ou mesmo em casa. A água pode dar a sensação de que o corpo está fresco, por isso as pessoas se excedem na exposição ao sol. As orientações são: usar protetor solar, sair, ir para a sombra, se proteger do sol e fazer a devida hidratação.
Comentários 0