Palestra ministrada nesta quinta-feira foi idealizada pela administração municipal, tendo como objetivo garantir melhor qualidade de vida aos pacientes
REINALDO SILVA
Da Redação
A dor crônica acomete entre 30% e 40% da população brasileira. A estimativa é da médica Tatiane Gehlen, uma das idealizadoras do programa Pvai sem Dor, instituído pela Prefeitura de Paranavaí. O objetivo é promover qualidade de vida para essas pessoas, a partir da disseminação de conhecimentos científicos e técnicos que resultem no aprimoramento do serviço público de saúde.
“A gente não pode deixar de olhar essa parcela da população, porque a dor gera sofrimento, e sofrimento gera impacto físico, emocional e social.”
Tatiane Gehlen defende o atendimento integrado e especializado, com equipe multidisciplinar preparada para acolher os pacientes e buscar formas eficazes de amenizar ou resolver o problema. “Com menos recursos [financeiros], ter o máximo de resultado.”

Foto: Ivan Fuquini
Dentro dessa perspectiva, a Prefeitura de Paranavaí promoveu, nesta quinta-feira (31 de julho), uma capacitação voltada a profissionais de saúde, prestadores de serviços, professores e estudantes de cursos de graduação afetos ao tema.
A atividade foi realizada no Centro de Conferências da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), parceira da administração municipal na Escola de Saúde Pública, ao lado da Unifatecie. A intenção é promover capacitação continuada e com abordagens diversas.
De acordo com o diretor de Gestão da Secretaria Municipal de Saúde, João Bruno Jabur, é preciso democratizar a informação e envolver todos os agentes que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) e as instituições que formam profissionais da área, caso das universidades. Nesse sentido, o evento de quinta-feira foi bem-sucedido, considerando o número de participantes: 500.

Foto: Ivan Fuquini
A palestra foi ministrada pelo médico Jonas Lenzi de Araújo, ortopedista, cirurgião de coluna e intervencionista em dor, um dos principais nomes do segmento no Brasil. Reconhecido pela atuação em medicina regenerativa, ele é o primeiro ortopedista do cenário nacional a obter o título de Fellow of Interventional Pain Practice pelo World Institute of Pain, com prova realizada em Budapeste (Hungria).
Lenzi foi aprovado com a maior nota do mundo na certificação do American Board of Regenerative Medicine, em 2025. É professor convidado das principais pós-graduações de dor do país, incluindo Einstein, Sinpain, Cetrus e Inspirar, além de ter formação complementar como mestre em Engenharia de Manufatura, MBA em Data Science & Analytics e certificação Lean Six Sigma Black Belt, com foco em qualidade, padronização de processos e eficiência terapêutica.
Médica da Secretaria de Saúde, Bruna Carlina Basso disse que a iniciativa é inédita dentro da rede de atendimento do SUS e compõe uma série de medidas já em curso para aprimorar os serviços prestados à população. “Já estamos atuando administrativamente em questões burocráticas e na relação de medicamentos para pacientes.”

Foto: Ivan Fuquini
Os casos de dores crônicas representam uma demanda frequente nas unidades básicas de saúde de Paranavaí, afirma a médica da Secretaria de Saúde. “Uma vez que a gente consegue manejar de forma mais adequada esse paciente, consequentemente o paciente com mais qualidade de vida acaba procurando menos o serviço, porque ele tem sua queixa resolvida, mas o objetivo é a transformação da vida dele.”
Os quadros mais comuns são provocados por problemas ortopédicos ou reumatológicos. Dores lombares, hérnias de disco, dores nos joelhos e cervicalgia são exemplos citados por Bruna Carlina Basso. “A dor crônica é uma síndrome, não é propriamente uma doença, são diversas doenças que por vários mecanismos podem causar dor de uma forma persistente, aquela dor que dura mais de três meses.”

Foto: Ivan Fuquini
A médica Tatiane Gehlen, que trabalha com medicina regenerativa e atende pacientes com dores crônicas, faz um alerta aos pacientes que enfrentam o problema com o uso de medicamentos sem prescrição. Consumir anti-inflamatórios em excesso e continuamente, prática comum nessas situações, pode comprometer o funcionamento dos rins e causar lesões e sangramento no estômago.
Matéria atualizada em 1º de agosto de 2025 às 13h37.