A segunda etapa do Exame Nacional do Ensino Médio Para Privados de Liberdade (Enem-PPL), aplicado neste domingo (16) em 55 unidades prisionais de todas as regiões do Estado, registrou aumento de 15% no número de participantes na comparação com a edição anterior, de 2020. Ao todo, 1.142 pessoas privadas de liberdade fizeram o Enem-PPL deste ano no Paraná, face aos 987 no outro recorte.
O exame é promovido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e ajuda presos a conquistarem uma vaga em um curso de graduação.
Para a coordenadora do Setor de Educação e Capacitação do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen), Irecilse Drongek, este aumento é fruto de um planejamento estratégico que tinha como uma das metas aumentar todos os índices que envolvam educação, e um reflexo disso foi a quantidade de presos inscritos neste Enem-PPL.
“Este ano tínhamos como meta aumentar todos os índices em relação ao ano de 2020. Foram ações e orientações, como a de incentivar a participação das pessoas privadas de liberdade com o intuito de inserir o preso no processo de escolaridade. Mesmo com a pandemia da Covid-19, os professores das escolas das unidades prisionais não pararam e trabalharam de forma intensa com a disponibilização de material e fazendo as avaliações das atividades. A partir disso, as pessoas privadas de liberdade foram incentivadas a não abandonar o processo educativo”, esclarece.
Regionais – A regional de Londrina do Departamento de Polícia Penal (Deppen) foi a que registrou a maior porcentagem de presos que fizeram a prova em relação aos inscritos, com 282 participantes, o que representa 63%. Na sequência, estiveram as regionais de Francisco Beltrão e Guarapuava (59,32%), Curitiba (53,35%), Maringá e Cruzeiro do Oeste (52,38%), Foz do Iguaçu (39,79%), Ponta Grossa (38,67%) e Cascavel (35,88%).
O diretor regional do Departamento de Polícia Penal de Londrina, Reginaldo Peixoto, ressaltou a importância de trabalhar com educação. “Entendemos que a questão educacional é um pilar para que o preso evolua. Estamos trabalhando com os servidores, no sentido de os professores estarem incentivando as pessoas privadas de liberdade. É uma das prioridades trabalhar em cima da ressocialização, e os resultados já estão sendo mostrados, tanto no Enem-PPL, quanto no Encceja, e isso reflete em aprovações nos vestibulares da região’’, finaliza.
Uma das 55 unidades a participar do Enem-PPL foi a Cadeia Pública Feminina de Goioerê, que faz parte da regional de Maringá e Cruzeiro do Oeste. Ela registrou 100% de adesão das inscritas. “Foi fantástica a participação das meninas. Todas participaram. Elas deram um grande exemplo, pois fizeram a prova inteira e ficaram concentradas do início ao fim do exame. Foi tudo exemplar na unidade, a conduta, a educação e o respeito das presas”, disse Janaína Montenegro, policial penal.
As provas do Enem-PPL são as mesmas do Enem regular, mas aplicadas nas unidades prisionais. O exame, que tem participação voluntária e gratuita dos privados de liberdade, é constituído de Redação em Língua Portuguesa e mais quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões de múltipla escolha.