Foi a primeira vez este ano que um resultado mensal superou o desempenho alcançado no mesmo período do ano passado. Em maio de 2021, o saldo na indústria paranaense foi de 3.385 contratações. O setor também foi o segundo que mais admitiu este mês no Paraná, ficando atrás apenas do setor de serviços, com 5.744 postos de trabalho abertos. O comércio ficou em terceiro (2.709), seguido por construção civil (1.906) e agropecuária (-198). A alta da indústria em relação a abril chega a 73%. No mês anterior, o segmento abriu 2.163 novas vagas.
“O aquecimento das vendas no varejo, por conta da liberação do saque extraordinário do FGTS, gerou um aumento no consumo das famílias e, consequentemente, uma demanda maior de produção nas indústrias”, avalia o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Thiago Quadros. “Outro fator avaliado em pesquisa da Fiep foi um maior otimismo do empresário com relação à economia e os negócios. Isso pode ter alavancado as contratações de novos trabalhadores no setor”, completa.
No ano, o saldo também é positivo. De janeiro a maio, a indústria paranaense soma 15.521 novas contratações. Porém, o número fica 49% abaixo do resultado obtido no mesmo intervalo do ano passado, que foi de 30.147 empregos gerados. O setor alimentício, o maior PIB industrial do estado, tem puxado o crescimento. Já abriu 2.642 novas vagas em 2022, principalmente no segmento de abate de aves e suínos. Confecções e artigos do vestuário é o segundo empregador, com 1.788 admissões no ano. Depois aparecem automotivo (1.686), máquinas e equipamentos (1.524) e madeira (1.215). Das 24 atividades avaliadas pelo Novo Caged, apenas duas mais demitiram do que contrataram este ano. O setor moveleiro (-561) e fabricação de outros equipamentos de transporte (-44).
Este é o segundo mês seguido de crescimento expressivo dos empregos no ano. Em março, o setor registrou o pior resultado do ano com saldo de apenas 348 novas admissões. Em abril, o valor subiu para 2.163, e agora, 3.733. “É uma tendência de crescimento, que confirma que um bom desempenho no comércio tem reflexo na indústria também. Outro fator é que setores da indústria que foram fortemente impactados no período mais crítico da pandemia, como vestuário e automotivo, vêm se recuperando e gerando vagas formais de trabalho”, informa o economista.
Cidades geradoras e perfil – Em maio, Umuarama foi o município paranaense que mais empregou trabalhadores na indústria, 448. Iporã ficou em segundo, com 237 contratações, seguida por Ponta Grossa (214), Telêmaco Borba (155) e Pato Branco (143). No ano, quem lidera o ranking estadual no setor é São José dos Pinhais, com a abertura de 857 novas vagas. Maringá vem na sequência, com 762 admissões, seguida por Curitiba (742), Cascavel (632) e Umuarama (529).
O perfil do trabalhador procurado não mudou. A indústria segue abrindo oportunidades, em sua maioria, para pessoas jovens, entre 18 e 24 anos (58,7% dos contratados), homens (8.714 contra 6.807 mulheres), com Ensino Médio completo (escolaridade de 72% do total). Nas atividades mais manuais, a escolaridade dos trabalhadores é menor e verifica-se uma dispensa maior de trabalhadores mais experientes com baixo grau de instrução. “Os dados mostram que o trabalhador precisa buscar com frequência as capacitações para se garantir no mercado de trabalho formal. Quanto mais instruído e atualizado, melhores serão as chances de evolução na carreira”, conclui Quadros.