Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior, do Governo Federal (Secex), as exportações paranaenses alcançaram o maior valor da série histórica (desde 1997) em maio, chegando a US$ 2,5 bilhões. O valor representa 26% a mais do que o registrado no mesmo mês de 2022. No ano, já somam o maior valor em receitas cambiais ao longo de toda a série, com total de US$ 9,8 bilhões, 15% a mais do que o obtido no mesmo período do ano passado.
Já as importações tiveram redução de 26% em relação ao mesmo mês do ano anterior, em torno de US$ 1,7 bilhão. Em relação ao acumulado do ano, se observa a mesma tendência de queda. Até maio, as compras de mercadorias e serviços realizadas pelo Paraná retraíram 12%, somando US$ 7,6 bilhões.
Com isso, o saldo da balança comercial paranaense chegou a US$ 824 milhões. No ano, já acumula superávit de US$ 2,157 bilhões.
Em maio, as vendas externas foram distribuídas para 176 países, mas 52% tiveram como destino cinco mercados principais. Para a China foram 31% das mercadorias comercializadas para fora do país. Na sequência aparecem Argentina (7%), Estados Unidos (5,3%), México (5%) e Holanda (4%).
No ano, o cenário muda pouco. A China, com alta de 39% no acumulado de janeiro a maio, absorveu 24% das exportações totais do estado. A Argentina fica com a segunda colocação (representa 7% dos valores exportados no ano e está com alta acumulada de 46%), seguida por Estados Unidos (5,8% e queda de 22% este ano), México (4,4% do total e 53% de alta no ano) e Japão (3,2% e alta de 120% no ano).
Por outro lado, em maio, o Paraná negociou a compra de produtos com 101 países, sendo a maior parte de cinco regiões principais, que representaram 48% da pauta do mês. A economia chinesa é o destaque, responsável por 18% do total vendido, principalmente mercadorias do setor químico (33%) e máquinas e equipamentos (16%). Em seguida está a Argentina (9,6%), Estados Unidos (7,3%), Rússia (7,1%) e Canadá (5,4%).
No ano, o estado continua adquirindo mais produtos oriundos da China, cerca de 20% do total importado. Mas as receitas das negociações com o país asiático vêm caindo 31% este ano na comparação com o mesmo intervalo de 2022. Os Estados Unidos seguem como segundo parceiro das importações, representando 10% das compras externas do ano, mas também há redução de 31% nos valores atuais. Depois vem Rússia (representa 7,6% do total e tem alta de 38% no ano), Argentina (representa 7,5% do total e tem alta de 91% no ano) e Alemanha (representa 5,3% do total e tem alta de 14% no ano).
Produtos – Produtos do complexo soja continuam liderando as exportações paranaenses com 44% do total vendido no mês. Depois seguem carnes (12%), material de transporte (7%), mecânica (5%) e madeira (4,5%). Nas importações os itens mais adquiridos pelo estado estão ligados ao agronegócio. Produtos químicos representaram 31% da pauta, enquanto material de transporte respondeu por 19%, petróleo por 12%, mecânica 10% e materiais elétricos e eletrônicos 6%.
O analista de Assessoria Econômica e de Crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, explica que os resultados sofreram influência da taxa de câmbio. No mês, ela chegou a R$ 4,9828 por dólar (para venda), uma apreciação da moeda brasileira de 0,7% na comparação com o mês anterior e uma leve desvalorização em relação ao mesmo mês do ano passado de 0,6%.
“Mesmo diante das projeções dos analistas de mercado sobre um menor crescimento da economia mundial, em comparação com o ano anterior, o Paraná conseguiu obter resultados positivos e expressivos na atividade de comércio exterior, o que é um bom indicador para a indústria, já que a maioria das mercadorias exportadas passam por processos industriais”, explica Felippe.
Por outro lado, algumas entidades financeiras também confirmam uma melhora de cenário na economia nacional, o que abre mais brechas para aumento dos investimentos estrangeiros no país e melhores perspectivas de negócios para as empresas daqui. “Com as sinalizações do Governo Federal em relação ao arcabouço fiscal, um mercado mais seguro no controle dos gastos públicos também é mais propício a investimentos. Com mais recursos entrando e inflação sob controle, o Brasil se torna mais atrativo e os investimentos podem gerar aumento de produção e mais possibilidades de abertura de vagas no mercado de trabalho”, conclui.