A indústria foi a segunda atividade do Paraná que mais gerou empregos formais (com carteira assinada) em março, segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Governo Federal (Novo Caged). Foram 2.858 novos postos de trabalho abertos no mês, quantia oito vez superior à registrada em março do ano passado, quando o setor gerou apenas 343 novas vagas. No ano, o saldo também é positivo, com 7.416 novas contratações. Porém, o resultado ficou 24% abaixo do registrado no primeiro trimestre de 2022. Na comparação com fevereiro, o crescimento dos empregos chega a 9% na indústria paranaense.
Com estes resultados, o Paraná figura na quarta posição do ranking nacional de empregos gerados na indústria em março e, em quinto, no acumulado dos três primeiros meses deste ano. No sul do país, o estado gaúcho teve a melhor performance, com 5.867 postos de trabalho preenchidos. Santa Catarina ficou em terceiro, mas logo atrás do Paraná, com 2.806 novas vagas. O Brasil teve cerca de 21 mil novas contratações em março, valor quatro vezes maior do que o do mesmo mês do ano passado. Neste primeiro trimestre de 2023 foram quase 96 mil postos de trabalho abertos. Porém, a variação comparativa com o mesmo intervalo do ano passado ficou 6% menor agora.
A preferência das empresas paranaenses em março foi por um perfil jovem. Cerca de 1.960 trabalhadores têm entre 18 e 24 anos e 1.878 já concluíram o Ensino Médio. A distribuição entre homens e mulheres ficou em 1.739 vagas preenchidas por eles e 1.179 por elas. Os dados mostram ainda que houve um número expressivo de contratações entre profissionais com Ensino Médio incompleto, cerca de 580.
Em compensação, foram fechadas 26 oportunidades para trabalhadores com Ensino Superior completo. “Esse comportamento pode estar atrelado à escassez de profissionais com maior qualificação no mercado, ou seja, a indústria pode ter espaço para novas contratações, mas não encontrou pessoas disponíveis para preencher as vagas”, analisa a analista da Assessoria Econômica e de Crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Mari Santos.
Chama a atenção a grande diferença entre as admissões de março comparadas às do mesmo mês do ano passado. Sobre isso, um fato simples pode explicar o resultado. “Este ano, o Carnaval ocorreu na segunda metade de fevereiro. Logo em seguida as empresas iniciaram o processo de preenchimento de seus quadros funcionais. Já no ano passado, a festa mais popular do Brasil terminou no início de março, estendendo este prazo final para preenchimento das vagas ociosas.”, explica Mari. “Num setor de alta produção, dias úteis a mais fazem muita diferença no resultado das empresas”, completa.
Atividades industriais – O segmento alimentício foi o campeão de vagas abertas, 1.251 em março. Na sequência vêm manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (248), fabricação de borracha e material plástico (238), automotivo (212), petróleo (178), vestuário (157), produtos químicos (128) e máquinas e equipamentos (102). Das 24 atividades analisadas pelo Novo Caged, três mais demitiram do que admitiram. É o caso de minerais não-metálicos (-100), fabricação de outros equipamentos de transporte (-35) e impressão e reprodução – setor gráfico (-20). Nos três primeiros meses do ano, 18 segmentos elevaram seus níveis de contratações. Alimentos também lidera (2.497), seguido por vestuário (1.472), automotivo (635), borracha e material plástico (634), manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (560), fabricação de produtos de metal (556) e produtos químicos (474). As atividades que reduziram empregos foram máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-509), madeira (-351), minerais não metálicos (-251), metalurgia (-164), máquinas e equipamentos (-122) e outros equipamentos de transporte (-99).