O Congresso americano realizou na última terça-feira (17) a primeira audiência pública em mais de 50 anos sobre ÓVNIS, os objetos voadores não identificados. Com a presença de autoridades do governo, a sessão acontece 11 meses após a divulgação, pelo Pentágono, de um relatório com registros de 144 observações de UAPs (fenômenos aéreos não identificados, na sigla em inglês) por militares americanos desde 2014.
O documento, ainda que inconclusivo, provocou alvoroço ao indicar que 18 dos objetos, classificados de “riscos potenciais” pelo subsecretário de Defesa dos EUA, Ronald Moultrie, que participou da sessão desta terça, apresentavam comportamentos de voo incomuns. “Sabemos que nossos militares encontraram fenômenos aéreos não identificados, e, como eles representam riscos potenciais de segurança de voo e de segurança geral, estamos comprometidos com o esforço concentrado para determinar suas origens.”
Em novembro, a Lei de Defesa Nacional passou a exigir que os militares criassem um escritório para analisar a questão, além de apresentar briefings semestrais sobre o tema ao Congresso.
Na terça, o vice-diretor de inteligência naval, Scott Bray, disse que o número de UAPs catalogados subiu para 400, mas, mesmo diante da alta expressiva, adotou tom de cautela e afirmou que não há indicações de que os fenômenos são de origem extraterrestre e que nenhuma tentativa de comunicação foi feita.
Ele admitiu, porém, que as autoridades americanas não conseguem explicar alguns dos objetos detectados. “Há poucos casos em que temos mais dados, mas nossa análise simplesmente não conseguiu determinar completamente o que aconteceu”, afirmou ele.
Bray exibiu dois vídeos de fenômenos aéreos não identificados. Um deles mostrou objetos em forma de triângulo piscando no céu à noite. O outro registrou um objeto brilhante e esférico passando pela janela da cabine de um avião militar. Ao menos 11 avistamentos quase causaram acidentes com aeronaves americanas, e alguns deles aparentavam estar se movendo sem qualquer meio discernível de propulsão.
ASSISTA:
“Os UAPs são inexplicáveis, mas reais”, disse o presidente do subcomitê de inteligência da Câmara, Andre Carson, que pediu que os fenômenos sejam levados a sério. Ele ainda acusou autoridades do Pentágono de se dedicarem a casos relativamente fáceis de entender e de “evitar os que não podem ser explicados”.
O relatório divulgado em 2021 e a audiência desta terça marcaram um ponto de virada para os EUA, que durante décadas desmentiram e desacreditaram observações de objetos voadores não identificados.
Mesmo com o registro de dezenas de relatos sobre fenômenos aéreos não identificados, espaçonaves alienígenas não receberam menção no relatório divulgado pelo Pentágono em junho. O foco, em vez disso, estava nas possíveis implicações para a segurança nacional e para a segurança da aviação americana. A sessão foi a primeira audiência aberta no Congresso sobre o assunto desde que a Força Aérea dos EUA encerrou um programa inconclusivo sobre óvnis, sob o codinome Projeto Livro Azul, em 1969.
FolhaPress