Uma recente pesquisa internacional da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Universidade Autônoma de Yucatán (México) detectou que a inclusão de até 200 gramas de própolis em 100 quilos de ração para Tilápias do Nilo pode gerar ganho de peso, melhora do desempenho dos peixes, além de proporcionar uma pele mais espessa e resistente para aplicação na confecção e para cicatrização de queimaduras. Foram analisados 96 animais, de maio a agosto, na Estação Experimental de Piscicultura da UEM.
Conforme uma das pesquisadoras, a professora Maria Luiza Rodrigues de Souza, do Departamento de Zootecnia (DZO) e do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPZ) da UEM, os benefícios foram encontrados porque a própolis proporciona o desenvolvimento de fibroblastos, que são células do tecido conjuntivo, que por sua vez são responsáveis pelo desenvolvimento das fibras colágenas.
“As peles foram identificadas uma a uma com uma série de miçangas. Ao término, foram retirados os corpos de provas dessas peles identificadas para realizar os testes de resistência – tração, alongamento e rasgamento progressivo –, sendo estes comumente utilizados pela indústria coureira”, explica.
A própolis foi adicionada num núcleo à base de fubá, incluída aos demais ingredientes da ração. A alimentação foi fornecida duas vezes ao dia, sendo que em cada seção a ração correspondia a 2,5% do peso total de cada peixe. O estudo demonstrou que a adição de própolis à ração não influenciou na qualidade da água onde os peixes estavam.
Maria Luiza acredita que se o experimento tivesse sido realizado na primavera ou no verão os resultados nos couros dos peixes poderiam ter sido ainda melhores, porque a temperatura entre 26ºC e 28°C da água é mais favorável ao desenvolvimento da tilápia. “No período analisado, a temperatura média da água não ultrapassou os 19,8ºC”, explica.