O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro registrou uma queda de 2,2% no primeiro trimestre de 2024, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
A desvalorização dos preços agropecuários e a redução na produção de importantes commodities agrícolas foram os principais fatores que influenciaram esse resultado.
Todos os setores do agronegócio apresentaram retração: insumos (-4,9%), primário (-3,43%), agroindústria (-1,31%) e agrosserviços (-1,57%).
A queda no valor bruto de produção de fertilizantes, rações, máquinas agrícolas e defensivos afetou particularmente o segmento de insumos.
A queda nos preços de commodities como algodão, café, milho, soja e trigo impactou o PIB do segmento primário agrícola. A expectativa de redução na produção anual, especialmente de milho e soja, também contribuiu para a diminuição de 4,04% no PIB.
Na pecuária, o PIB também recuou, com destaque para os setores de bovinocultura para corte e leite, e suinocultura.
Agroindústria
A agroindústria teve uma queda de 1,31% no trimestre, com um desempenho negativo nas indústrias de base agrícola, contrabalançado pelo crescimento nas de base pecuária.
Apesar do aumento na produção industrial e da redução nos custos com insumos, os preços mais baixos impactaram o PIB, enquanto na indústria pecuária, a ampliação da produção e a redução de custos impulsionaram o crescimento.
Os agrosserviços refletiram os resultados dos segmentos a montante em cada ramo. No ramo agrícola, os agrosserviços caíram 3,98%, enquanto no ramo pecuário houve um aumento de 3,91%.
Com base no desempenho do primeiro trimestre, projeta-se que o PIB do agronegócio brasileiro poderá atingir R$ 2,45 trilhões em 2024, com R$ 1,65 trilhão provenientes do ramo agrícola e R$ 800,61 bilhões do ramo pecuário. Essa projeção indica uma participação do setor na economia nacional em torno de 21,5%, abaixo dos 24% registrados em 2023.
Fonte: Canal Rural