Rafael Fermiano
Hoje não escrevi para você,
Mas em você,
Se havia poesia em minha caneta? Havia
Mais em você.
Escrevi com os dedos.
Pequenas letras,
Garrafais.
Escrevi em cada parte,
Até não caber mais.
Escrevi como fosse
A última obra.
Escrevi sem qualquer
Descanso,
Qualquer escora.
A poesia passou a ter-te.
Tinha teu cheiro,
Teu desenho e
Teu gosto.
Uma obra prima,
Daquelas que nunca se completa,
Mas naquela noite,
Naquela vez,
Era a certa.