“Eu tenho aproximadamente quatro anos de serviço público e uma elevação (ensino superior). O valor total do meu vencimento já chega no valor do piso nacional. Portanto, a preocupação de toda a categoria é a possível não atualização do plano de carreira, excluindo as elevações”, conta Maraiza Dias, técnica em enfermagem do Município de Paranavaí, na Assembleia Extraordinária promovida pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Paranavaí – SINSERPAR na última sexta-feira, dia 18, na ACIAP – Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí.
Entre os servidores presentes, estavam enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem da rede municipal de Paranavaí. Eles pediram ao presidente do sindicato Gabriel dos Santos Luiz que elaborasse, juntamente com o departamento jurídico, representado pelo advogado Sanatiel Junior, um ofício para a Administração Pública com algumas reinvindicações.
“A proposta da prefeitura é de conceder a todos o piso nacional, porém os servidores estão muito preocupados com a ideia de não atualização do plano de cargos e salários (plano de carreira) – na forma que está sendo elaborada pela Procuradoria Geral do Município. Segundo a Administração Municipal, já estaria embutido no novo salário todas as elevações”, comentou Gabriel dos Santos Luiz.
Thainá de Oliveira Gobetti é enfermeira do Município há quatro anos e também demonstrou preocupação. “O meu salário juntando com pós-graduação, anuênio, insalubridade e vale alimentação já chega no valor do piso. Neste cenário, as elevações se mostram extremamente necessária como forma de valorizar àqueles que trabalham no atendimento à saúde das pessoas. Não faz sentido retirar da pauta”, complementou.
OFÍCIO SERÁ ENTREGUE À ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
O advogado do Sinserpar, Sanatiel Junior, detalhou as reivindicações que foram apresentadas. “A primeira delas foi quanto a preservação do plano de cargos e salários, com vistas a respeitar o tempo de serviço de cada um. A segunda é sobre a manutenção das progressões (respeitando as evoluções alcançadas até então). Já a terceira reivindicação se concentra na equiparação salarial dos auxiliares de enfermagem com os dos técnicos, pois, na prática, muitos deles fazem o trabalho de técnico. E, por fim, o último pedido é sobre a forma de pagamento. Precisamos nos atentar em relação a isso para não errarmos outra vez. É importante que o valor não seja pago como complemento salarial, mas, sim, integrado ao vencimento, evitando que futuras progressões sejam perdidas”, explicou.
IMPLANTAÇÃO DO PISO
A Prefeitura de Paranavaí confirmou a implantação do novo piso salarial para cada categoria. Os novos vencimentos serão pagos da seguinte forma: Enfermeiros – R$ 4.750,00; Técnicos de Enfermagem – R$ 3.325,00; Auxiliares de Enfermagem e Parteiras – R$ 2.375,00. Segundo Gabriel, o chefe do poder executivo municipal fez um compromisso em conceder o piso nacional para a categoria, pois na época da pandemia do Covid-19, grande parte da população ficou em casa enquanto que enfermeiros, técnicos, auxiliares e parteiras estiveram trabalhando atendendo todas as demandas necessárias. “Força, garra e dedicação não faltaram para esses profissionais, e o prefeito reconhece isso”, afirmou.
ANDREIA VILAR É A FAVOR DA VALORIZAÇÃO
Na manhã desta segunda-feira (21) o presidente do sindicato teve uma reunião com a secretaria de saúde de Paranavaí, Andreia Vilar, juntamente com o diretor de Recursos Humanos, João Bruno. “Ela é uma secretária que realmente representa a categoria. Nessa reunião, senti que ela valoriza e reconhece o esforço de cada um. Sobre todos os questionamentos que apresentei, ela afirmou que depende de um aval da Secretaria de Administração e da Procuradoria Geral do Município de Paranavaí”, disse.
PLANO DE CARREIA, O QUE É?
O plano de carreira representa a tabela progressiva de vencimentos dos servidores. Esse é um mecanismo adotado pela Administração Pública como forma de reconhecer os serviços prestados, conforme o tempo de serviço. A cada ano de trabalho, os servidores recebem uma porcentagem de acordo com cada profissão. Outras categorias do Município também lutam para conquistar esse benefício: é o caso das agentes de apoio educacional.
Fonte: SINSERPAR