Custo médio por sinistro é de aproximadamente R$ 107 mil, enquanto o custo médio com feridos chega a R$ 159 mil e, nos casos com óbitos, fica em torno de R$ 1 milhão
Com um índice de mortes de 21,7 por 100 mil habitantes (2020) e taxa de motorização com crescimento de 51,2% na frota ativa (2010 a 2024), o Governo do Paraná através do Departamento de Trânsito – Detran-PR finalizou a elaboração do Plano Estadual de Segurança no Trânsito – PETRANS 2025-2030. Com um Grupo de Trabalho, o GT PNATRANS-PR, que reúne 35 entidades entre secretarias estaduais, entidades públicas e representantes da sociedade civil organizada, o objetivo é fortalecer a implementação das políticas de segurança viária e promover mobilidade sustentável no Estado, oferecendo uma ferramenta robusta para o monitoramento e a avaliação contínua das ações.
Após cerca de dois anos de extenso processo de construção, coordenado pelo Detran-PR, o plano foi aprovado pelo Grupo Técnico Interinstitucional na última semana de junho e segue para análise e aprovação da Casa Civil do Estado e demais órgãos competentes, para então ter seu lançamento oficial.
A meta global é a redução em 50% do índice de mortes no trânsito por 100 mil habitantes até 2030, tomando como base o ano de 2020, com projeção de que o número caia para 10,8 dentro dos próximos cinco anos. Para isso, o PETRANS estabelece um conjunto de ações estratégicas que englobam desde melhorias na infraestrutura viária e fiscalização mais eficiente, até ações de educação e fortalecimento da governança no setor, totalizando 30 metas específicas e 115 ações previstas.
De acordo com o Presidente do Detran-PR e Secretário Executivo do Grupo Técnico Interinstitucional do PNATRANS-PR, Santin Roveda, o plano representa o compromisso do Paraná com os seus cidadãos. “Não há progresso possível sem garantir o direito de cada paranaense de ir e vir com segurança. Apesar da complexidade e dos desafios, o plano é um marco que reforça o papel de liderança do Estado nas políticas de segurança viária”, disse.
O Paraná foi o primeiro Estado a assinar a adesão ao Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito – PNATRANS, em 2021, e é o primeiro a formar um grupo técnico dedicado à sua implementação local. “A construção coletiva do PETRANS-PR mostra que estamos tratando a segurança viária com a seriedade e o comprometimento que ela exige. Não é apenas um plano, mas uma política pública permanente em defesa da vida”, reforça Santin Roveda.
O PETRANS-PR 2025-2030 também deve contribuir para o alcance das metas do PNATRANS, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS 3.6 e da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) no Paraná. Com base nos princípios da Visão Zero — estratégia pioneira na Suécia que considera inaceitável qualquer morte no trânsito — ele parte do entendimento de que segurança viária é um direito de todos e dever do Estado garanti-la. Por isso, propõe uma perspectiva sistêmica com mudança de paradigma em relação à abordagem tradicional, utilizando uma nova forma de pensar segurança viária baseada em sistemas seguros, conforme a tabela abaixo.
Diagnóstico – Os trabalhos de pesquisa para a elaboração do PETRANS chegaram a um diagnóstico aprofundado da realidade do trânsito no Paraná. Dados apontam que, entre 2010 e 2024, a taxa de motorização no Estado saltou de 48 para 73 veículos por 100 habitantes, um crescimento de 51,2% na frota ativa. No mesmo período, houve queda de 24% na emissão de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs), com destaque para o crescimento de 54,3% no número de habilitações femininas por 100 mil habitantes.
Também é destaque a alta taxa de mortalidade no conjunto de municípios com menos de 20 mil habitantes, que representam 21% da população estadual, concentrando 29% das mortes por lesões de trânsito no ano de 2023. Já municípios com mais de 100 mil moradores abarcam 55% da população estadual e 42% dos óbitos por lesões de trânsito. As faixas etárias mais afetadas são jovens entre 20 e 29 anos (21% das mortes em 2023) e idosos com 60 anos ou mais.
Conforme as médias consolidadas entre rodovias estaduais e federais, o custo médio por sinistro é de aproximadamente R$ 107 mil, enquanto o custo médio com feridos chega a R$ 159 mil e, nos casos com óbitos, fica em torno de R$ 1 milhão.
Em 2023, as lesões de trânsito geraram um custo de mais de R$ 20 milhões em internações no Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná. Já em 2024, o valor ficou acima de 18 milhões, dos quais mais de R$ 10 milhões foram de internações por lesões de trânsito envolvendo motocicletas.