Por oito votos a zero, os vereadores de Paranavaí aceitaram a denúncia de quebra de decoro parlamentar contra Roberto Cauneto Picoreli, o Pó Royal, imediatamente afastado das funções legislativas.
Pesam contra ele acusações de ameaça e perseguição a mulheres com quem namorou. São pelo menos três situações, segundo documento lido durante a sessão ordinária de ontem. O vereador também teria utilizado a posição política para chantagear a denunciante.
A reunião foi tumultuada. Por diversas vezes, a leitura da denúncia foi interrompida pelo vereador, que fez questão de manifestar sua indignação com o que chamou de perseguição política. Argumentou que aspectos da vida particular não deveriam ser expostos publicamente e que parte dos processos foi arquivada.
A defesa de Pó Royal não foi suficiente. Assim que ele terminou a apresentação, os vereadores votaram para decidir sobre seu afastamento. O presidente Leônidas Fávero Neto, que levou a denúncia ao plenário, e o próprio Pó Royal não participaram da votação.
Em seguida, por sorteio, formou-se a comissão processante: Maria Clara (presidente), Cida Gonçalves (relatora) e José Galvão.
O grupo terá até duas semanas para analisar a denúncia e concluir se deve ser arquivada ou levada adiante. Se a comissão julgar o caso procedente e levá-lo para a votação em plenário, Pó Royal poderá, inclusive, ter o mandato cassado.
O vereador permanecerá afastado do Poder Legislativo durante todo o processo, cujo prazo máximo é de 90 dias. A cadeira será ocupada pelo suplente Delcides Pomin.