Nos primeiros meses de vida de uma criança, é importante que os pais fiquem atentos a alguns sinais fisiológicos para acompanhar o desenvolvimento do bebê. A necessidade se estende ao cocô, já que a cor, a textura e até a frequência de evacuação podem ser indicadores de normalidade ou acender um alerta para a presença de problemas de saúde.
Médica pediatra em Paranavaí, Agnes Andrade afirma que esta é uma das questões que costumam gerar muitas dúvidas nas consultas e um assunto que precisa ser esclarecido para garantir a saúde da criança. Segundo ela, um estudo publicado em uma revista europeia de pediatria ajudou a levantar uma gama de informações sobre o que é normal no cocô do bebê e o que deve ser motivo de preocupação.
A pesquisa estudou 1052 bebês saudáveis, desde o nascimento até completarem 4 meses de vida. Durante o período, os pais responderam a questionários semanais sobre o padrão evacuatório das crianças. Foram obtidos os resultados listados abaixo.
Sobre a coloração
Na maioria dos casos, são consideradas fezes dentro da normalidade aquelas de cor mais esverdeada, mais amarelada ou com tons de mostarda e as amarronzadas. Por outro lado, são sinais de alerta quando o cocô aparece branco, “tipo massa corrida”, preto ou com sangue vivo ou estrias de sangue.

Foto: Frederico Junglaus
Sobre a frequência
Assim que o bebê nasce, a primeira evacuação deve ocorrer nas primeiras 48h de vida. A esse primeiro cocô dá-se o nome de mecônio, conteúdo de aspecto grudento e escuro. A partir das 3 semanas de vida, a expectativa é que a frequência atinja, em média, quatro vezes ao dia.
“A frequência costuma diminuir conforme passam as semanas. Vale considerar, também, que bebês em seio materno evacuam mais do que os bebês com fórmula. Além disso, em aleitamento materno, é possível também ficar alguns dias sem evacuar, sem que isso signifique doença”, pontua a pediatra.
Sobre o aspecto do cocô
A aparência considerada normal para o cocô de um bebê é a de fezes moles ou pastosas, e que sejam evacuadas com facilidade, sem acarretar sofrimento à criança. A escala de bristol ilustra os tipos de fezes possíveis:

Sobre a presença de sangue ou muco no cocô
A aparição de sangue no cocô de uma criança na hora da troca de fralda pode assustar os pais. No entanto, nem sempre significa sinal de doença. “Nesse estudo, cerca de 10% dos bebês apresentam algum episódio isolado de sangue nas fezes até o terceiro mês de vida. E isso não significou nada”, afirma a especialista.
No entanto, em caso de alterações persistentes, é imprescindível que a criança passe por avaliação médica para descartar outras patologias.
O mesmo vale para a presença de muco nas fezes. Quando a aparição acontece de forma isolada, sem qualquer outro sintoma, pode ser normal. Porém, na presença de outras alterações, é necessária avaliação médica para descartar outras patologias, explica Agnes.
“É essencial que os pais observem e relatem qualquer mudança durante as consultas pediátricas. E, se notarem qualquer alteração fora do comum, não hesitem em procurar o médico de confiança. Uma atitude rápida pode evitar desconfortos para o bebê e trazer mais tranquilidade para a família”.
SERVIÇO
Agnes Andrade – Médica pediatra (CRM 42.960 // RQE 31.841)
Endereço: Rua Manoel Ribas, 1978, Parque São Lourenço, ICT Clínica, em Paranavaí
Telefone/WhatsApp: (41) 9 9732-2294
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