ADÃO RIBEIRO
Pré-candidato a deputado estadual pelo PTB, o psicalanista Osésa Rodrigues visitou a redação do Diário do Noroeste e falou sobre os motivos que o levaram a pleitear uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná. “O principal objetivo é explicar a verdadeira função do legislador.” O legislador deve fiscalizar e propor leis, sintetiza.
Ele explica que decidiu assumir a pré-candidatura porque avalia que Paranavaí precisa ter uma política aguerrida. Residente em Brasília por muitos anos e ocupante de cargos no serviço público, confirma que estanhou a falta de debate e questionamentos sobre as atitudes das autoridades locais.
Candidato a vereador em duas eleições municipais paranavaienses, o agora postulante a deputado estadual diz que estranhou a forma passiva da população paranavaiense em ralação ao cenário político. Por isso, diante de pedidos de várias pessoas e de solicitação do seu partido, resolveu disponibilizar o seu nome para o pleito.
Sobre o fato de ter sido candidato a vereador em duas eleições, ficando ambas como suplente, Osésa Rodrigues diz que foi “intimado” a ser candidato a deputado estadual. Tão logo surgiu a possibilidade, argumenta, as suas redes sociais e apoio nas ruas o chamaram para o projeto.
Ele detalha que fazer escolas, trazer indústrias e obras, embora importantes, não são os objetivos centrais do deputado. Para ele, o deputado deve propor a solução de problemas e fiscalizar o Poder Executivo. Em resumo: fazer proposições. Em síntese: levar ao Estado sugestões sobre como resolver os problemas.
Ele admite a dificuldade de levar essa mensagem para o eleitor. Cita o exemplo da Câmara de Vereadores de Paranavaí. Na sua avaliação, a Câmara paranavaiense não cumpre o seu papel. Aponta o que considera discrepância, entre as quais, o fato de a esposa do presidente da Câmara estar em um cargo de confiança do Poder Executivo.
Admitindo que o tempo é curto para a conscientização, ressalta que é preciso aproveitar o período para levar ao público o que deve ser feito. Ele critica a relação da Câmara com o Poder Executivo, o que considera um alinhamento não recomendável. Para ele, a cidade não consegue separar a relação entre os poderes. Outro ponto determinante, assinala, é que na cidade as autoridades constituídas são colocadas como superiores ao cidadão. “Isso é uma inversão”, resume.
O postulante a uma cadeira na Assembleia também falou sobre o dia a dia da cidade. Fez uma série de considerações em relação à Administração Municipal. Teceu críticas à gestão, especialmente na realização de obras sem respeitar preceitos legais. Ele cita os ecopontos e o lago do parque Ouro Branco.
No caso do Ecoponto Parque dos Ipês, Osésa participou do movimento que interrompeu a iniciativa do Executivo via judicial. Citando que foi procurado pelos moradores, a mobilização possibilitou a interrupção da escolha da área como depósito provisório de entulhos.
Osésa Rodrigues fala ainda de outros temas igualmente relevantes. Faz críticas ao Poder Executivo, acentuando que não são embates pessoais, mas o que considera a defesa da comunidade. Neste conjunto estão o que considera irregularidades na construção do lago do Parque Ouro Branco, denunciadas ao Ministério Público.
No geral, critica o longo período de inatividade do Teatro Municipal e de outros aparelhos públicos. Também adverte para o que entende ser lentidão na execução de projetos. Um deles, e talvez o mais emblemático, é a revitalização da Rua Guaporé, interligando a área central do Jardim Morumbi. Crítico ácido da Administração Paranavaiense, ele cita posturas do prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ), que avalia inadequadas para um agente público.
O prefeito KIQ foi convidado do DN para uma entrevista em igual espaço, marcada para a última quarta-feira. No entanto, por prevenção devido a sintomas gripais, ficou em isolamento e deve agendar a conversa com o Diário do Noroeste para a próxima semana.
Entrevista de Osésa Rodrigues concedida na última quarta-feira.