Principal influência para a elevação vem das condições climáticas adversas, que comprometeram o processo de engorda dos rebanhos, reduzindo a oferta
REINALDO SILVA
Da Redação
O preço da arroba do boi alcançou o maior patamar de 2024 e chegou a R$ 280, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A alta é resultado das condições climáticas adversas para a pecuária: a longa estiagem e o calor excessivo afetaram o desenvolvimento das pastagens, aumentando o tempo de engorda dos rebanhos.
O médico veterinário da Seab Thiago de Marchi explica que com a demora no ganho de peso dos animais, a quantidade disponível para o mercado diminuiu. Menor oferta representa valores elevados.
Para dar uma ideia do cenário, o Diário do Noroeste resgatou as cotações feitas pela equipe do Núcleo Regional da Seab de Paranavaí e comparou a evolução dos preços mês a mês.
10 de janeiro – R$ 240
10 de fevereiro – R$ 230
15 de março – R$ 230
10 de abril – R$ 225
10 de maio – R$ 225
11 de junho – 215
10 de julho – 225
12 de agosto – R$ 235
10 de setembro – R$ 245
30 de setembro – R$ 260
1º a 7 de outubro – R$ 265
8, 9 e 10 de outubro – R$ 280.
O mercado também está sob influência do grande volume de abate de fêmeas a partir de 2023. A prática reduz a quantidade de bezerros e interfere na configuração dos rebanhos, impulsionando os preços para cima. Por se tratar de um aspecto cíclico, a tendência é de normalização em breve.
Consumo
Thiago de Marchi avalia que o consumo de carne bovina se intensifica na primeira quinzena de cada mês e, principalmente, nas datas festivas. Não há perspectivas de grandes variações em novembro, mas são esperadas em dezembro, em razão das confraternizações de fim de ano.
Pela lógica do mercado, a procura crescente faz os preços subirem, por isso é comum que a carne bovina fique mais cara em dezembro.
Produção
O Paraná ocupa a nona posição entre os maiores produtores de gado de corte do Brasil. Em 2023 o estado abateu o equivalente a 334 mil toneladas. A estimativa da Seab é que 2024 termine com resultados semelhantes, “sem grandes diferenças, próximo da estabilidade”.
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