REINALDO SILVA
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A tonelada de raiz de mandioca atingiu, nesta semana, o menor valor de 2023 e chegou ao preço máximo de R$ 665,40. A redução é de 46,19% na comparação com fevereiro, quando a mesma pesagem custava R$ 1.218.
A cotação é feita diariamente pela equipe da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) com mandiocultores de toda a Região Noroeste.
Os números mostram a curva decrescente a partir de 24 de fevereiro, quando o levantamento apontou R$ 1.200,60. Em 14 de abril, a tonelada da raiz de mandioca era comercializada por R$ 997,60. De maio a agosto, o preço se manteve estável na casa dos R$ 765, com novas oscilações para baixo a partir de setembro.
O economista Methodio Groxko, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, avalia o cenário e afirma que após alcançar o maior valor em fevereiro, a tendência era a retração.
Também pesa nessa conta a oferta elevada, em volume acima do registrado no ano passado, graças às condições climáticas mais favoráveis à mandiocultura. Groxko lembra que em 2022 as indústrias paranaenses precisaram recorrer a produtores de outros estados, por exemplo, São Paulo e Mato Grosso do Sul, por falta de matéria-prima.
Da mesma maneira que a raiz de mandioca, outros produtos agrícolas passam pelo processo de queda de preços, caso do milho e da soja, compara o economista do Deral.
Groxko considera que não há mais espaço para reduções de preços. R$ 665,40 é um valor baixo para os mandiocultores. Ainda não estão em situação de prejuízo, mas muito próximos de não obter retorno financeiro com os resultados das vendas. “Está quase empatando com os investimentos.”
O economista diz acreditar que os próximos meses terão menor oferta de raiz de mandioca, principalmente porque dezembro é período de entressafra. Essa situação poderá empurrar os preços para cima e melhorar o rendimento dos produtores.
Por enquanto não há previsão de que as sucessivas quedas comprometam a quantidade de raiz produzida no Paraná. Groxko informa que a safra 2022-23, em fase de colheita, somou 135 mil hectares de área plantada em todo o Paraná. A projeção para a temporada 2023-24 é de 145 mil hectares, acréscimo de 7%.
Segundo informações da Agência Estadual de Notícias, a mandioca está entre as dez principais culturas agrícolas do Brasil, sendo a sétima em valor bruto de produção (VBP), respondendo pela geração de R$ 12,7 bilhões.
O Paraná atualmente é o segundo maior produtor nacional de mandioca, atrás apenas do estado do Pará. A produção pode ser direcionada tanto para a indústria (fecularias e farinheiras) quanto para a mesa.
A região Noroeste é o principal polo de produção de mandioca no Estado e onde se encontram os municípios com a maior produção voltada para a indústria. Já o segmento da produção de mandioca de mesa é dominado pelas pequenas propriedades e podem ser encontradas em outras regiões, próximas de grandes centros urbanos.