REINALDO SILVA
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Preparar refeições em casa está cada vez mais caro, não somente por causa dos preços dos alimentos, mas, também, pelos constantes reajustes aplicados pela Petrobras sobre o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). Desde o início deste ano, a elevação média é de 33%. Em Paranavaí não é diferente, basta comparar: o botijão de 13 quilos mais barato, para retirada no local, custava R$ 80 no dia 29 de janeiro, e atualmente é comercializado por R$ 98, acréscimo de 22%. Considerados os maiores valores, para entrega em domicílio, o mesmo produto passou de R$ 95 para R$ 115, o que representa 21%.
As constantes altas – já são sete ao longo de 2021 – são resultado da política econômica adotada pela Petrobras, que acompanha as oscilações do mercado externo de petróleo e a cotação do dólar. Interferem nos valores praticados pelas distribuidoras até chegarem às revendedoras e aos consumidores finais.
Gerente de uma empresa do setor em Paranavaí, Fábio Kazuyoshi diz que, apesar dos esforços para absorver ao máximo os reajustes de preços, é preciso repassá-los para os clientes, o que provoca redução no volume de vendas. Nesta semana, conta, a “paradeira” se intensificou. “Não tivemos muita procura até agora.”
Com menores margens de lucro, foi preciso cortar gastos e uma das resoluções tomadas pela diretoria da empresa foi demitir. Segundo Kazuyoshi, dos quatro entregadores que compunham a equipe de funcionários, dois tiveram de ser desligados. “Não tem mais como enxugar as despesas.”
De acordo com a presidente do Sindicato das Empresas de Atacado e Varejo de Gás Liquefeito de Petróleo (Sinegás), Sandra Ruiz, trata-se de uma dificuldade que se espalhou por todo o segmento. Além das demissões, os revendedores precisaram adaptar horários de funcionamento e formato de atendimento. Nos casos mais extremos, a solução foi fechar as portas do negócio definitivamente.
Sandra Ruiz chama a atenção para outro fator que tem influência direta – e negativa – no desempenho do setor: as empresas clandestinas. Sem as devidas contribuições tributárias e com condições de segurança precárias, conseguem vender o gás de cozinha por valores mais baixos. O gerente Fábio Kazuyoshi concorda e acrescenta que se atuassem de maneira regularizada, não conseguiriam vender um botijão de gás de 13 quilos por R$ 80, R$ 85.
Variações de preços – Ontem, o Procon de Paranavaí divulgou mais uma pesquisa de preços feita em 19 estabelecimentos da cidade. O resultado do trabalho é a comparação dos valores praticados para botijões de cinco e 13 quilos e cilindros de 20 e 45 quilos.
Levando em conta os menores e os maiores preços de cada tipo de embalagem, foi possível constatar que o botijão de cinco quilos pode custar até 28,57% a mais, dependendo do fornecedor escolhido pelo consumidor. A variação se aplica tanto para entrega em domicílio quanto para retirada no local – o cliente pode pagar de R$ 70 a R$ 90.
No caso do cilindro de 45 quilos, com opção única de entrega, a variação chega a 19,44%, já que o produto custa de R$ 360 a R$ 430. A embalagem de 20 quilos é comercializada por R$ 176 a R$ 210, diferença de 19,32%.
Já o botijão de 13 quilos, mais comumente usado em casa, os preços registrados pela equipe do Procon de Paranavaí vão de R$ 98 a R$ 110 para retirada na revendedora (variação de 12,24%) e de R$ 102 a R$ 115 para entrega (diferença de 12,75%).
“É bom sempre termos uma tabela de preços atualizada para que a população tenha conhecimento dos valores que estão sendo praticados em cada estabelecimento, assim, podem decidir melhor onde comprar”, destaca o coordenador do Procon de Paranavaí, Carlos Eduardo Balliana.
Serviço – A pesquisa completa está disponível na fanpage do Procon de Paranavaí (www.facebook.com/proconpvai) ou na sede do órgão de defesa do consumidor, localizado à Rua Antônio Felipe, 917, Centro. Mais informações também podem ser obtidas pelos telefones (44) 3902-1055 ou 3902-1056. (Com informações da Prefeitura de Paranavaí)