REINALDO SILVA
Da Redação
Com pouco mais de 5.800 habitantes, São João do Caiuá é o município do Noroeste do Paraná que apresenta o maior número de casos positivos de dengue, 608, conforme consta do boletim atualizado esta semana pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que considera o período de 1º de agosto de 2024 a 28 de janeiro de 2025.
Em Marilena, a situação também é preocupante. Dentro do mesmo recorte de tempo, os diagnósticos positivos somam 146. Para dar uma ideia da proporção, o município tem quase 7.100 moradores.
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Em entrevista ao Diário do Noroeste, os dois prefeitos, Stefan Pauka (São João do Caiuá) e Celio da Mata (Marilena), comentaram a situação e apontaram estratégias para conter o avanço da doença e reverter a situação de epidemia que enfrentam.
“Desde outubro do ano passado, aumentou muito o número de casos de dengue no município, e até hoje continua tendo bastantes casos. A gente tomou várias medidas, como aumento de fiscalização, aumento dos servidores públicos para fazer a fiscalização tanto nas residências como também nos prédios públicos”, disse Pauka.
Os casos de maior gravidade em relação à falta de cuidados com a limpeza de imóveis estão sendo encaminhados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, já que São João do Caiuá não conta com legislação própria para aplicação de multas.
Da Mata também reconheceu o problema, mas estendeu a responsabilidade para além dos limites do município. “A gente sabe que não é só em Marilena, em toda a região estão entrando em epidemia. Temos feito arrastões com eliminação de focos [do mosquito transmissor da dengue] e orientado a população, que muitas vezes não colabora.”
Os dois gestores concordam que a grande dificuldade é conscientizar os moradores. O acúmulo de lixo e entulho em quintas e empresas e o descarte irregular de resíduos em terrenos baldios e vias públicas favorecem a proliferação do Aedes aegypti. Obviamente, não são práticas de toda a população, mas o erro da minoria custa caro e compromete os demais.
Conforme destaca o prefeito de Marilena, a elevação no número de casos de dengue interfere diretamente nos gastos com saúde pública. Além dos exames, é necessário fazer atendimento hospitalar, inclusive com hidratação contínua de pacientes. “Tem aumentado muito o gasto do município em relação ao problema da dengue.”
Diante da situação, os prefeitos propõem, também, intensificar as campanhas de educação ambiental, principalmente nas escolas, após o início do ano letivo. Crianças e adolescentes tendem a levar a sério o compromisso de manter a cidade limpa e cobram a mesma postura dos adultos.