REINALDO SILVA
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Em frente ao computador, à mesa do novo gabinete de trabalho, no Parque Ouro Branco, o prefeito de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ), faz um esboço do projeto para o novo terminal urbano. A proposta ainda passará por avaliações técnicas e deverá ser aprimorada por engenheiros, mas já é suficiente para sinalizar como serão as instalações. Com espaço ampliado, terá capacidade para abrigar maior número de passageiros e poderá receber mais ônibus ao mesmo tempo.
Na manhã de sexta-feira (17), KIQ recebeu a equipe do Diário do Noroeste para falar sobre as perspectivas de mudanças no Terminal Urbano Ângelo Bogoni, no Centro da cidade, e adiantou que a intenção é reformular toda a estrutura da Praça Brasil. Quer criar uma identidade visual que seja marcante e, ao mesmo tempo, garantir equipamentos confortáveis para quem utiliza o transporte coletivo de Paranavaí.
Tela após tela, o prefeito explica que atualmente a área de embarque e desembarque tem 44 metros de comprimento. Se o projeto tiver aplicabilidade, serão 73 metros. O espaço será cercado por vidros e climatizado com aparelhos de ar-condicionado. Novos bancos para os passageiros que aguardam os ônibus circulares. Bilheteria mais bem estruturada. É claro que serão elaborados projetos complementares, diz KIQ. Os trâmites para a contratação dos engenheiros estão em andamento.
O prefeito afirma que se trata de uma obra simples, com investimento aproximado de R$ 1,7 milhão. A Administração Municipal já está fazendo a negociação financeira com a Caixa Econômica Federal, mas ainda não é possível definir, com precisão, quando a nova estrutura estará pronta, já que é preciso cumprir os trâmites burocráticos e demolir o prédio atual. A intenção de KIQ é ter o edital de licitação pronto até a metade de 2022.
Praça Brasil – Além do terminal urbano, o prefeito quer fazer outras mudanças na Praça Brasil, onde também estão as sedes das secretarias municipais de Educação e de Assistência Social e a Unidade Básica de Saúde Maria Miglioranza Bogoni (UBS Centro). O espaço público também reúne quiosques e boxes utilizados por comerciantes. A ideia é proporcionar uma reformulação completa, retirando os pontos comerciais, as repartições públicas e a unidade de saúde.
“É preciso pensar na urbanização como fator de promoção da segurança pública”, defende KIQ. A reconstrução da Praça Brasil não só transformaria a estética daquela região de Paranavaí, como também reduziria a frequência de pessoas em situação de rua que utilizam o local como ponto de encontro durante o dia e até à noite. Alguns dormem em tendas montadas ao redor do terminal urbano.
O prefeito concorda que apenas retirar aquelas pessoas dali não seria suficiente para resolver os problemas. Aposta nas políticas públicas da Secretaria de Assistência Social para atender as necessidades de andarilhos, moradores de rua e usuários de drogas. No entanto, destaca, qualquer medida só pode ser tomada se houver consentimento, por exemplo, embarque para a cidade de origem ou internação para tratamento contra a dependência química.
Outra proposta é instalar a Secretaria de Patrimônio Público e Trânsito ao lado do terminal urbano, levando também a Guarda Municipal, com investimento de R$ 1 milhão, o que reforçaria a segurança de usuários do transporte coletivo e dos comerciantes do entorno. A Secretaria de Educação seria transferida para onde está o Provopar (que poderia ir para dentro do Clube Campestre, conforme estudo de parceria) e a Assistência Social iria para um prédio próximo ao Fórum da Comarca de Paranavaí.
UBS Centro – A mudança da Unidade Básica de Saúde Maria Miglioranza Bogoni depende da aprovação do Conselho Municipal de Saúde e da validação da Câmara de Vereadores. Mesmo assim, faz parte dos planejamentos do prefeito de Paranavaí. Ele pretende fazer a desapropriação de alguns imóveis ao redor da Praça Brasil e construir uma nova UBS, sem que haja mudança brusca de localização. A estimativa é investir R$ 1 milhão.
Câmara de Vereadores – Na segunda-feira (13), os vereadores discutiram a importância do terminal urbano e da Praça Brasil. A partir de um pedido de informações junto ao Poder Executivo sobre os planejamentos para a restruturação daquele espaço público, de autoria de Josival Moreira, os parlamentares apontaram a urgência de investir em melhorias.
Durante a sessão ordinária, o autor do requerimento citou as deficiências do terminal urbano. “Mesmo que haja um projeto de revitalização, que recupere o quanto antes os bancos e banheiros. Nunca vi tantas pessoas se manifestando, como agora, sobre o terminal.” As condições de uso, reiterou Moreira, são precárias.
Roberto Cauneto Picoreli (Pó Royal), Luís Paulo Hurtado, José Galvão, Leônidas Fávero Neto e Cida Gonçalves participaram do debate e evidenciaram aspectos urbanísticos, sociais, comerciais e imobiliários. Todos concordaram com a necessidade de mudanças.
Terminal urbano – A estrutura onde hoje está o Terminal Urbano Ângelo Bogoni foi inaugurada no dia 2 de dezembro de 1956. Por décadas, foi ponto de embarque e desembarque de passageiros não apenas de Paranavaí, mas de outros munícipios, funcionando como estação rodoviária. Em 2001, depois de passar por diversas revitalizações, ganhou o nome de Terminal Rodoviário Urbano Ângelo Bogoni.
O nome foi uma homenagem a um dos pioneiros de Paranavaí. Ângelo Bogoni chegou ao município em 1955, acompanhado pela esposa Maria Miglioranza Bogoni (que empresta o nome à UBS Centro) e pelos filhos Euclides, Zelindo Antonio, Geraldo, Inês Lourdes, Edir, Terezinha, Saul e Romeu. Ângelo Bogoni morreu no dia 12 de maio de 1998. A esposa, em 18 de dezembro de 2006.