REINALDO SILVA
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Donos de 11 imóveis próximos à Praça Brasil, no Centro de Paranavaí, foram notificados pela Administração Municipal sobre as avaliações para fins de desapropriação. Os prédios serão demolidos para a construção da sede da Secretaria de Patrimônio e Trânsito e a previsão é que as indenizações somem R$ 2,3 milhões.
A mudança faz parte de um projeto amplo de restruturação daquela região da cidade, conforme o prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ) anunciou pelas redes sociais. “O que posso dizer é que o local passará por uma transformação arquitetônica e ambiental, acabando com o aspecto horripilante que apresenta hoje”, escreveu.
O plano é colocar abaixo a maior parte da área construída na Praça Brasil, inclusive o terminal urbano e as sedes das secretarias municipais de Educação e de Assistência Social. Somente a Unidade Básica de Saúde (UBS) será mantida.
O novo terminal urbano será mais amplo e moderno, uma obra simples que pode se estender até a metade de 2023. Os recursos giram em torno de R$ 5 milhões e serão liberados pela Caixa através do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento voltado ao Setor Público (Finisa). A expectativa do prefeito é que a construção aconteça em etapas, para que o embarque e o desembarque de passageiros não precisem ser transferidos para outro ponto da cidade. O projeto estrutural deverá ser concluído dentro de 30 dias.
Patrimônio e Trânsito – Em relação à sede da Secretaria de Patrimônio e Trânsito, KIQ informa que o projeto já está aprovado. A execução das obras custará R$ 3,5 milhões e o prazo para a conclusão também é a metade do ano que vem. O espaço contará com escola de trânsito e será a sede da Guarda Municipal, inclusive com academia.
As desapropriações necessárias para a construção da sede Secretaria de Patrimônio e Trânsito não agradaram alguns comerciantes. Em conversa com o Diário do Noroeste, demonstraram preocupação: temem que sair daquela área represente a perda de clientes e dos investimentos feitos até agora nas empresas. O descontentamento também foi manifestado nas redes sociais na publicação feita pelo prefeito.
Independentemente das considerações dos empresários e donos de terrenos, o andamento do processo de desapropriação não pode ser interrompido. De acordo com KIQ, o que pode acontecer é que recorram judicialmente para pedir a revisão do valor de indenização. Ele destacou que quando se trata de interesse público, a desapropriação é inquestionável. A estimativa é que dentro de até 60 dias seja possível iniciar as intervenções nos prédios.
Segurança pública – KIQ defende que a organização urbana é um fator importante de promoção da segurança pública. Atualmente, pessoas em condição de rua e usuários de drogas passam o dia ao lado do terminal urbano. Na semana passada, imagens de uma cama box montada na área externa chamaram a atenção e ganharam espaço nas redes sociais. Na quinta-feira (3), já havia sido retirada.
A frequência dessa população incomoda passageiros e funcionários do terminal urbano. Sentem-se intimidados. Uma pessoa, que preferiu não ser identificada, contou ao DN que já sofreu ameaças.
O prefeito informou que a Prefeitura oferece ajuda a essas pessoas, com a possibilidade de serem inseridas em programas sociais. Cabe a cada uma aceitar ou fazer a opção por continuar nas ruas.