REINALDO SILVA
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A Prefeitura de Alto Paraná calcula que os prejuízos deixados pela chuva forte de domingo (17) passem de R$ 1,5 milhão. O maior estrago foi, sem dúvida, na Rua Estados Unidos, onde o volume de água intenso aumentou a erosão: o chamado “Buracão” avançou em direção às residências e o risco de desabamento obrigou seis famílias a se mudarem.
O trabalho para amenizar os danos começou no dia seguinte. Desde segunda-feira (18), a equipe de obras está fazendo o empedramento que servirá como base para a recuperação da área de erosão.
Na etapa seguinte, a Administração Municipal pretende custear o projeto e buscar os recursos necessários para cobrir a cratera e dar a destinação correta àquela área. Entre as possibilidades está o plantio de árvores para a formação de um bosque.
De acordo com o vice-prefeito de Alto Paraná, Carlino Fraga (Mirador), a Defesa Civil está compilando as informações e deverá elaborar um documento que ateste a necessidade de decretar estado de calamidade, o que permitiria buscar recursos financeiros específicos para situações de desastres naturais.
Com base em dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Mirador informa que no domingo, em aproximadamente 40 minutos, o volume de chuva chegou a 160 milímetros.
O caminhoneiro Marcos Cesar Rodrigues dos Santos morava na Rua Estados Unidos. O verbo empregado no passado é proposital, pois ele e a família precisaram deixar a casa e se mudar para outro endereço. Fizeram o transporte dos pertences nesta quarta-feira (20).
Ele conta que se assustou quando viu a água invadindo o quintal de casa. O carro estacionado na frente do imóvel precisou ser amarrado e puxado para a garagem às pressas ou seria arrastado para dentro da erosão. O caminhão que usava para trabalhar também estava na rua e foi engolido pela cratera, sendo retirado posteriormente.
Marcos dos Santos resume: “Foi um susto enorme. Só tinha visto aquilo na tevê. Foi inesperado”.
Em razão da necessidade de deixar o imóvel próprio, o caminhoneiro solicitou o aluguel social, um auxílio financeiro oferecido pela Administração Municipal para famílias desabrigadas. A ajuda se estende por três meses e pode ser prorrogada por mais três. Nesse período, os beneficiados recebem o valor integral do aluguel.
Segundo a secretária de Assistência Social de Alto Paraná e diretora da Defesa Civil, Carla Pinheiro, além das seis famílias da Rua Estados Unidos, pelo menos 26 tiveram perdas materiais durante o temporal, mas não precisaram deixar suas casas. Nenhuma pessoa ficou ferida. A informação foi apurada pela estagiária do Diário do Noroeste Ana Cecília Paglia.
O vice-prefeito Mirador informa que a erosão não foi o único problema registrado pela chuvarada de domingo. Entram na conta os danos à malha asfáltica e às estradas rurais. A Administração Municipal também avalia as possibilidades jurídicas para cobrir os danos materiais aos moradores.