REINALDO SILVA
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O deputado federal Tião Medeiros (PP) se reuniu na tarde de ontem com representantes dos setores pecuário, agrícola, comercial e político. Perguntaram, apontaram inseguranças, sugeriram e ouviram explicações do parlamentar.
O produtor rural Victor Vendramin conduziu a conversa e adiantou ao deputado federal a principal demanda: a preocupação com a crescente onda de ocupações em áreas rurais. Pediu esforços pela criminalização da prática. “Não somos contra a reforma agrária, mas que seja feita dentro da legalidade, sem a invasão de terras produtivas.”
Tião Medeiros foi eleito presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. Sendo do Noroeste do Paraná, considerou oportuno conversar sobre o tema com produtores da região. O encontro foi na Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap).
O deputado federal disse entender a insegurança quanto à ação dos invasores e por que causa alvoroço no setor produtivo. Esse movimento, avaliou, cresce de maneira ordenada e tem motivações políticas.
Medeiros tranquilizou os presentes: “Não há clima na sociedade para tolerar as invasões”. A Frente Parlamentar da Agricultura, da qual fazem parte deputados e senadores, discute o endurecimento das regras e das punições. Argumentou: “Propriedade rural é direito e garantia fundamental”.
O posicionamento é favorável à instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação.
Quanto à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar as responsabilidades pelos ataques às sedes dos três poderes em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano, Medeiros explicou que não assinou o pedido como estratégia política para conseguir chegar à presidência da Comissão na Câmara dos Deputados. Assim poderá tratar de assuntos pertinentes ao agronegócio.
Estão na pauta de discussões a demarcação de terras indígenas, os impostos sobre exportação de suco de laranja, os bioinsumos, a lei de irrigação e a regularização fundiária, entre outros tópicos.
Política – Tião Medeiros falou sobre o desafio de chegar à Câmara dos Deputados e trabalhar ao lado de outros 512 parlamentares, realidade diferente da que viveu na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), com 54 deputados estaduais, durante oito anos – ele foi eleito para a legislatura de 2015 a 2018 e reeleito para o período de 2019 a 2022.
Brasília exige exercícios de equilíbrio. Há interesses de pessoas de todas as regiões do país e é necessário conciliar os esforços de partidos políticos e bancadas.
Sobre o Governo Federal, Medeiros disse que ainda falta articulação junto à Câmara dos Deputados. “Não tem governabilidade, não tem base.” A falta de apoio poderia comprometer a votação de pautas importantes para a nova administração.
Pautas regionais – Questionado, o deputado federal disse que está em contato com o Ministério da Educação para interceder pela implantação do curso de Medicina em Paranavaí, uma de suas prioridades, afirmou. Conforme explicou, uma portaria do Governo Federal suspendeu novos cursos por cinco anos, prazo a ser concluído em maio de 2023.
Medeiros também falou sobre a necessidade de duplicação da BR-376 de Paranavaí a Diamante do Norte, como consta no projeto do Governo Federal, e não somente até Guairaçá, indicação do Tribunal de Contas da União (TCU).
A rodovia é fundamental para o escoamento das produções agrícolas desde os estados do Centro-Oeste do país até o Porto de Paranaguá. Sendo assim precisa garantir condições adequadas de trafegabilidade.
Avaliação – Após a conversa, Victor Vendarmin disse que o saldo foi positivo. “As questões em pauta [na comissão presidida por Tião Medeiros] são importantes para o agro e estão sintonizadas com a pauta trazida pelos produtores.”
Considerou a presença do deputado federal como um privilégio e elogiou a disponibilidade de Medeiros para ouvir a comunidade que ajudou a elegê-lo.