Dados da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal de Maringá apontam as ocorrências mais comuns e identificam os dias e horários de maior incidência
REINALDO SILVA
Da Redação
A comparação entre o primeiro trimestre de 2025 e o período correspondente do ano anterior revela um cenário preocupante: o número de mortes em acidentes nas rodovias federais do Noroeste do Paraná cresceu 60%, passando de 10 para 16.
Os dados são da Delegacia Regional da Polícia Rodoviária Federal (PRF), situada em Maringá, e levam em conta uma área que abrange 30 municípios, com unidades operacionais em Alto Paraná, Campo Mourão e Mandaguari.
Os registros de janeiro a março deste ano apontam 149 acidentes, ou seja, 9,55% a mais do que nos três primeiros meses do ano passado, 136. Em relação aos feridos, a elevação ficou perto de 8%: foram 172 em 2024 e 185 em 2025.
A PRF está diante de “um desafio muito grande”, avaliou o inspetor-chefe regional, Pedro Faria, que identificou os dias com mais ocorrências, nesta ordem, sábado, sexta-feira e domingo, frequentemente das 19h às 21h.

Foto: Gustavo Romano
As colisões traseiras figuram no topo da lista dos tipos de acidentes. “São causadas pela desatenção dos condutores”, assegurou Faria. E o que distrai os motoristas? Via de regra, o uso de dispositivos móveis, como o telefone celular. A diferença entre a vida e a morte pode estar na escolha entre verificar ou não a notificação ou atender ou não a ligação.
Se a resposta ao chamado for indispensável, a orientação de Faria é parar o veículo, mas sem perder de vista o que o Código Brasileiro de Trânsito especifica: o acostamento rodoviário só deve ser utilizado em casos de emergência.
As colisões frontais também requerem atenção. De acordo com o inspetor-chefe da PRF, esse tipo de acidente é mais comum durante as ultrapassagens em trechos de pista simples, caso da BR-376 entre Paranavaí e Nova Londrina.

Foto: Gustavo Romano
Orientações
O inspetor-chefe da PRF na região fez orientações para os usuários das rodovias em casos de acidentes. Primeiramente é preciso eliminar riscos de novos acidentes. Saia do veículo e se posicione em um local seguro, longe do tráfego e de eventual incêndio. Sinalize o ponto com o triângulo, equipamento obrigatório, para que os motoristas tomem medidas de segurança. Entre em contato com órgãos de socorro: para a PRF, ligue 191; para o Samu, 192; e para o Corpo de Bombeiros, 193.
Mais segurança
O levantamento da PRF acendeu o sinal de alerta da Sociedade Civil Organizada do Paraná (Socipar) e da Associação dos Advogados do Noroeste do Paraná (Advog).
Sob o argumento de que é necessário reforçar a segurança nas rodovias da região, as duas entidades endereçaram ofício ao Ministério da Justiça e Segurança Pública pedindo a nomeação de novos policiais rodoviários federais.
O entendimento é que ampliar o efetivo tornaria possível incrementar as operações preventivas e, assim, reduzir o volume de acidentes, ferimentos e mortes. Os impactos positivos também seriam percebidos nas ações de combate ao crime organizado.
A Advog escreveu: “Esse reforço é essencial para ampliar a capacidade operacional da Delegacia de Maringá, tornando-a mais eficiente no enfrentamento à criminalidade e contribuindo para a redução dos índices de violência, tanto na região quanto em outros estados impactados pelo tráfico e pelo crime organizado”.
A Socipar destacou o papel dos policiais rodoviários federais, que “desempenham um trabalho exemplar no combate ao tráfico de entorpecentes e outros crimes, atuando em uma região estratégica”, na divisa com São Paulo e Mato Grosso do Sul e na fronteira com o Paraguai.