REINALDO SILVA
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Instalar alambrados e disponibilizar apenas um ponto de entrada e saída foram medidas tomadas pela Prefeitura de Paranavaí, a fim de controlar o fluxo de descarte no lixão da Vila Operária. Durante o horário de expediente, de segunda a sexta-feira, um operador de máquina organiza os resíduos depositados no local e verifica se há irregularidades.
As informações estão listadas na resposta do secretário municipal de Meio Ambiente, Walther Barbosa de Camargo Neto, à Indicação 180/22 da vereadora Aparecida Silveira Gonçalves, a Professora Cida. Ela pede que sejam tomadas providências que resultem em menos danos à comunidade “até o encerramento das atividades no local, com seu devido fechamento”.
No documento, a parlamentar faz uma breve síntese da demanda. “O referido ‘Buracão’ tem sido um problema de saúde pública e social para a cidade há décadas, visto a quantidade de incêndios que ocorrem quase que corriqueiramente no local, sendo que os fumígenos resultantes da queima de material orgânico, borrachas e fios alcançam diversos bairros, bem como escolas e até mesmo o Asilo Lins de Vasconcelos.”
O último incêndio de grandes proporções aconteceu no dia 25 de julho. O tempo seco e os ventos facilitaram o avanço rápido das chamas. A fumaça invadiu casas e mobilizou os moradores do entorno do lixão. Na ocasião, a equipe do Diário do Noroeste esteve no local e ouviu reclamações sobre a insistência do problema. Disseram que estão cansados da situação e pediram solução rápida.
O Corpo de Bombeiros precisou deslocar dois caminhões e solicitou apoio da Prefeitura de Paranavaí para o uso de uma escavadeira, a fim de isolar e conter as chamas.
O secretário de Meio Ambiente relembra o episódio de julho. “No dia 25/07/2022 foi o último incêndio, justamente no dia em que a máquina não estava no local, diferente do relato em que cita que os mesmos ocorrem corriqueiramente, sendo que não havia mais problemas com esta prática há aproximadamente um ano.”
Segurança – Na Indicação 180/2022, a Professora Cida aponta a preocupação com a possibilidade de haver atividades criminosas, por exemplo, venda e consumo de drogas e depósito de objetos furtados. “O local fica aberto e desvigiado durante a noite, com intensa movimentação no interior.”
A esse item, Camargo Neto responde: “Ainda sobre controle de entrada e saída, bem como vigilância noturna, dependemos de servidores para tal função, que no momento o município não dispõe”.
Para casos de danos, depredações e atos de vandalismo, o secretário de Meio Ambiente explica que os reparos necessários são feitos pela própria Administração Municipal, sem que seja necessário abrir um processo de licitação para a contratação de uma empresa.
Fechamento – Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de Paranavaí anunciou para 15 de abril o fechamento definitivo do lixão da Vila Operária. Foi durante a assinatura do contrato para a construção de dois ecopontos, locais para o descarte de alguns tipos de resíduos. A ideia era encontrar terrenos alternativos até que as obras estivessem prontas.
No ecoponto do Jardim Morumbi falta apenas instalar os equipamentos. No caso do Jardim São Jorge, o processo de instalação precisou ser interrompido. É que os moradores não concordaram com o local escolhido pela Prefeitura e recorreram ao Ministério Público. Agora, a Secretaria de Meio Ambiente aguarda a decisão em âmbito judicial para construir o novo ponto de descarte.
Parque urbano – São aproximadamente 40 anos de uso do terreno na Vila Operária para descarte de resíduos sólidos. O espaço deveria receber somente itens de construção civil e restos de podas de árvores, mas outros itens passaram a ser depositados ali, por exemplo, materiais orgânicos, lixo hospitalar e animais mortos. Ao longo dessas quatro décadas, os moradores da Vila Operária convivem com o lixão a céu aberto.
O anúncio da construção de um parque urbano renovou as esperanças da comunidade. Em janeiro de 2021, o então secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, esteve em Paranavaí e disse que o Governo do Paraná faria o repasse dos recursos, mais de R$ 8 milhões, através do programa Parques Urbanos.
No início deste ano, quando veio ao Noroeste do Estado, o governador Carlos Massa Ratinho Júnior assinou o convênio para o início das obras, mas, segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, a Prefeitura ainda aguarda o recurso para, então, abrir o processo licitatório.
A intenção é que o novo parque urbano tenha campo de futebol, quadras de vôlei, de tênis e poliesportiva, pistas de skate e de caminhada, academia da terceira idade, playground, vestiários e sanitários.