No final de setembro, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) votou pela cassação dos mandatos de Luiz Aparecido da Silva (Mancha da Saúde) e Antônio Valmir Trossini, vereadores de Paranavaí, ambos do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Pesa sobre a chapa a acusação de fraude à cota de gênero, com a apresentação de uma candidatura feminina em 2020 somente para cumprir a quantidade mínima de mulheres exigida pela legislação. A conclusão do processo em segunda instância ainda não foi publicada, mas os advogados já estão articulando os recursos para levar o caso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em contato com o Diário do Noroeste, Trossini disse que está confiante e espera que o mandato seja mantido, para continuar atuando em favor da comunidade de Paranavaí. O vereador Mancha da Saúde não atendeu e não retornou a ligação da equipe de reportagem, mas em publicação nas redes sociais, manifestou que considera a decisão do TRE injusta: “Não tenho culpa de nada, seguirei a minha vida política e meus sonhos”. Por enquanto, os dois vereadores seguem atuando normalmente na Câmara de Paranavaí.
O processo diz respeito à candidatura de Grazielle Cristina Martins, à época, nora de Trossini. No entendimento da Justiça, ela não participou efetivamente da campanha trabalhou em favor do ex-sogro. Pesam os fatos de ter feito publicações nas redes sociais pedindo votos para Trosssini e não ter participado de inserções em programas eleitorais. O TRE-PR considerou a candidatura fictícia.
O descumprimento à cota de gênero foi apontado em ações do Progressistas (PP) e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Se a cassação se concretizar e houver redistribuição de votos, as duas siglas passarão a ter representação na Câmara de Vereadores, respectivamente Zenaide Borges e Maria Clara. Nas eleições de 2020, Mancha da Saúde computou 1.516 votos, sendo reconduzido ao Legislativo para o segundo mandato, e Trossini somou 1.321, chegando à Câmara pela primeira vez. (RS)
