A produção industrial registrou leve crescimento de 0,1% em outubro de 2025, após queda em setembro (-0,4%). O resultado veio abaixo da projeção da Fiesp (+0,5%) e da expectativa do mercado (+0,2%). Esse desempenho foi influenciado pela contração da indústria de transformação (-0,6%) no mês, enquanto a indústria extrativa apresentou alta (+3,6%).
Entre os setores, 12 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram crescimento na produção. A principal influência positiva foi assinalada pela indústria extrativa, que avançou 3,6% em outubro de 2025, interrompendo, dessa forma, dois meses consecutivos de resultados negativos, período em que acumulou redução de 1,7%.
Entre as 13 atividades que mostraram queda na produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,9%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,8%) exerceram os principais impactos. Cabe destacar que o setor de derivados e biocombustíveis foi impactado por paralisações em unidades produtivas do setor.
Sob o peso dos desafios provocados pelas mudanças internacionais e dos efeitos defasados e cumulativos da política monetária restritiva, espera-se moderação da atividade industrial no fim de 2025 e em 2026. Entretanto, o mercado de trabalho resiliente, as transferências fiscais elevadas e as políticas governamentais podem suavizar a desaceleração da atividade industrial. Entre elas, destacam-se a ampliação do crédito do BNDES, investimentos de governos subnacionais e a nova faixa de isenção do IRPF de até R$ 5 mil.
A projeção da Fiesp para o crescimento da indústria em 2025 é de 0,9%, após alta de 3,1% em 2024. Para 2026, projeta-se um avanço de 0,6%.
Análise de desempenho
A produção industrial registrou leve crescimento de 0,1% em outubro, abaixo da projeção da Fiesp (+0,5%) e da expectativa do mercado (+0,2%), dados com ajuste sazonal. Esse resultado veio após queda de 0,4% no mês anterior (Gráfico 1) e foi influenciado pelo recuo da indústria de transformação (-0,6%) e pela expansão da indústria extrativa (+3,6%).
Em comparação com outubro de 2024, houve queda de 0,5% na produção industrial. Na variação acumulada em 12 meses, foi registrada alta de 0,9%, com desaceleração em relação a setembro (+1,5%).
Análise do cenário
Apesar do resultado positivo em outubro, a indústria geral manteve um ritmo fraco de crescimento, continuidade de uma tendência já observada desde os últimos meses de 2024. Nesse sentido, o Mapa de Calor da Indústria mostra que, neste mês, apenas 4 dos 25 segmentos analisados em outubro de 2025 estavam acelerando (forte e muito forte), enquanto o conjunto de setores em estabilidade em relação a sua média histórica (neutro) ampliou seu domínio para 18 segmentos. Cabe observar que o resultado agregado (indústria geral) também sinaliza acomodação, ao indicar estabilidade (neutro) desde abril. Além disso, em relação a dezembro de 2024, houve aumento do número de setores em desaceleração.

foto: Ari Dias/AEN/Ilustrativa
Adicionalmente, pesquisas industriais de outubro de 2025 apontam que a confiança segue em terreno pessimista, indicando uma baixa probabilidade de reversão de rota. O Índice de Confiança da Indústria (Ibre/FGV) recuou 0,7 ponto em outubro em relação a setembro. O resultado foi influenciado pela queda dos componentes de Situação Atual (-0,8 ponto) e de Expectativas (-0,7 ponto), bem como do Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) (-0,7 p.p.).
Diante dessa conjuntura e sob o peso dos desafios provocados pelas mudanças internacionais (marcadas pelo embate tarifário), dos efeitos defasados e cumulativos da política monetária restritiva e, consequentemente, das condições financeiras apertadas, a expectativa para o último trimestre do ano e para 2026 é de continuidade da moderação da atividade industrial.
Nesse contexto, a Fiesp mantém a projeção de crescimento de 0,9% da produção da indústria geral em 2025, após alta de 3,1% em 2024. Para 2026, projeta um avanço de 0,6%. No que diz respeito à produção da indústria de transformação, após avanço de 3,7% em 2024, estima-se estabilidade (0,0%) em 2025, seguida por uma retração de 0,9% em 2026.







