Gerente executivo de ensino e inovações do Sistema Ari de Sá (SAS), ele esteve em Paranavaí nesta semana para ministrar palestras sobre o inteligências artificiais e aprendizagem
REINALDO SILVA
Da Redação
O sistema de ensino do Ceará se destaca no cenário nacional por superar metas estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e pela própria Secretaria de Estado da Educação (Seduc), tanto no nível fundamental quanto no médio.
Escolas cearenses formaram o professor Idelfranio Moreira, gerente executivo de ensino e inovações educacionais do Sistema Ari de Sá (SAS), que atende instituições particulares de todo o Brasil. A plataforma fornece conteúdo pedagógico, ferramentas tecnológicas e serviços, sendo uma das principais do segmento, com mais de 1.300 parceiros.
Nesta semana, Moreira esteve em Paranavaí para proferir palestras voltadas à comunidade escolar, com o tema “Aprendizagem na era das inteligências artificiais”. A convite do Diário do Noroeste, ele visitou a redação do jornal na última quarta-feira (30 de novembro) e concedeu entrevista exclusiva.
Contou que desde a primeira aula, ainda criança, jamais deixou a escola. Primeiro como estudante, depois, professor de física. Recentemente, completou 50 anos de idade, 30 deles atuando como educador.
Antes educação significava estar na escola de forma presencial para atividades síncronas. “Era a única forma, com o material didático, com o professor, com a turma, com a estrutura… Para a gente estudar o quê? Os conteúdos que a escola propunha. A partir da introdução das tecnologias, passamos a ter a nossa sala de aula, a nossa casa, o nosso bairro, a nossa cidade, o nosso estado literalmente fazendo parte do mundo inteiro. Isso muda a perspectiva da educação.”
Ao falar das transformações, o professor citou um verso de Gilberto Gil:
Antes mundo era pequeno
Porque Terra era grande
Hoje mundo é muito grande
Porque Terra é pequena.
Dos primeiros computadores pessoais, difundidos mais intensamente a partir da década de 1990, aos tablets e telefones celulares da atualidade, a forma de comunicar passou por grandes mudanças. Tudo é rápido, dinâmico e, por isso, passageiro.
Diante dessa realidade, como deve se comportar a escola? A resposta tem diferentes camadas, é complexa e pode apresentar interpretações diversas. Para Moreira, “o mundo nunca esteve tão dentro da sala de aula, e, ao contrário do que muita gente pensa, que às vezes se desespera, agora o profissional [da educação] é mais necessário. Nunca fomos tão fundamentais”.
É papel do educador orientar, conduzir, ensinar a lidar com as novas tecnologias. Na mesma medida, intervir quando assim for preciso.
“Uma criança com um laptop, com acesso à internet, sozinha, não vai procurar educação e cultura, não tem aprendizado, ela vai para o entretenimento. [Por outro lado], três ou até quatro crianças com um dispositivo só, com uma situação-problema mediada por um educador, aí você tem aprendizado.”
INTELIGÊNCIAS ARTIFICIAIS
E as inteligências artificiais? São parceiras da educação ou comprometem o processo de aprendizagem? Mais uma vez, as análises são amplas. Os resultados dependem do uso das IAs. A escola tem a possibilidade de melhorar o desempenho administrativo; o professor pode encontrar novas formas de aplicar o conteúdo.
No caso dos alunos, a avaliação é semelhante à feita anteriormente, a respeito das novas tecnologias. As IAs tanto funcionam a favor como contra. O que define é a forma de uso.
Para o professor Moreira, é preponderante que os estudantes sejam estimulados a pensar por si próprios e, assim, desenvolvam as habilidades cognitivas e criativas. A partir dessa percepção e dessa prática, as IAS podem, sim, se tornar aliadas.
YOUTUBE
Assista à entrevista exclusiva com o professor Idelfranio Moreira no canal do Diário do Noroeste no YouTube (youtube.com/@diariodonoroestepr):