REINALDO SILVA
Da Redação
Em 1998, quando tinha apenas 10 anos de idade, Mariana Torres Cesco Porangaba participou de um concurso de redação e foi a vencedora. O tema lhe foge à memória, afinal lá se vão mais de duas décadas, mas as primeiras palavras da carta ficaram marcadas para sempre: “Excelentíssimo senhor prefeito”. O texto era dirigido ao então gestor municipal de Paranavaí, Antonio Teruo Kato.
“Recebi meu prêmio em seu gabinete, na prefeitura. Eu estava realmente feliz. Essa lembrança nunca saiu da minha memória.”
A partir dessa lembrança, Mariana contribuiu de forma decisiva com a segunda edição do projeto Semeando Leitores, desenvolvido pelo Diário do Noroeste em parceria com a Secretaria de Educação. Neste ano, os participantes confeccionarão cartas ao futuro prefeito de Paranavaí, Mauricio Gehlen, detalhando como seria a cidade dos sonhos.
Mariana é formada em Letras e Pedagogia. Ensina português e inglês para alunos do ensino fundamental, atuando em duas escolas. “Sou professora há oito anos. Demorei um pouco para entrar em sala de aula, mas isso foi fundamental para que eu soubesse lidar com maturidade com as situações de sala de aula.”
Ela sempre achou que levava jeito para ensinar. Quando era criança, brincava de escolinha com o irmão e se saía muito bem no papel de professora. E não é para menos. Mariana é filha de professores, neta de professores, sobrinha de professores, prima de professores. “Faz parte do nosso DNA. Costumamos brincar que, quando a família se reúne, fazemos uma reunião pedagógica (risos).”
A ligação e admiração extrapolam os fatores genéticos, por assim dizer. “Tive professores que me marcaram profundamente e fizeram a diferença para eu ser quem sou hoje. Decidi, também, fazer parte da vida de outras pessoas, ensinando na escola.”
Eis o grande desafio. A rotina é cansativa, ainda mais por ser casada e ter três filhos, mas o amor pela profissão motiva a superar as dificuldades. E, olhe, ser professora hoje não é fácil.
Com os avanços tecnológicos cada vez mais rápidos, mudando inclusive a forma de se comunicar, as informações se tornam acessíveis a um simples toque na tela. Nem sempre são confiáveis. “Há muito desinteresse, responsabilidades transferidas e pouco incentivo. Fazemos um trabalho quase que de formiguinha. Por isso, o trabalho do professor em sala de aula deve ser reforçado em casa pela família.”
Esta semana, a professora Mariana conversou com os alunos sobre a importância da leitura. Mesmo que o ano letivo esteja chegando ao fim, é essencial que continuem movimentando o cérebro, estimulando-o com leitura. Isso reflete na escrita e na oralidade.
“Os alunos que leem mais se comunicam melhor, conseguem expressar melhor o que pensam e a escrita é realmente boa. Precisamos sempre incentivar os alunos a ler e se empenhar na escrita.” Ela acrescenta ao argumento uma frase do escritor brasileiro Monteiro Lobato: “Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê”.
Para concluir, a professora Mariana declara: “A leitura é fundamental para que possamos nos comunicar uns com os outros, nos expressar bem e nos entendermos. Faz bem à saúde, e nos leva a viajar por lugares, histórias e aventuras fantásticos. A leitura é um alimento excelente para a mente”.