REINALDO SILVA – reinaldo@diariodonoroeste.com.br
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os índices de infestação do Aedes aegypti –mosquito transmissor da dengue – da seguinte forma: abaixo de 1%, baixo risco; de 1% a 3,9%, médio risco; e a partir de 4%, alto risco.
Entre os 28 municípios do Noroeste do Paraná, quatro estão na última categoria, com marcas acima de 4%. A situação é mais crítica em Santa Mônica, com 7,5%. Completam a lista Nova Aliança do Ivaí (5,8%), Paranavaí (4,6%) e Cruzeiro do Sul (4,2%).
O cálculo é feito por amostragem e indica a quantidade média de imóveis com focos de larvas do Aedes aegypti. Cada ponto percentual representa uma unidade entre 100.
De acordo com o prefeito de Santa Mônica, Luan Frazatto, um mapeamento detalhado apontará os pontos críticos em todo o perímetro municipal e permitirá traçar estratégias específicas de combate à dengue.
Enquanto isso, garantiu o prefeito, a equipe de servidores públicos está mobilizada em mutirões de limpeza, como o que aconteceu nesta sexta-feira (2). O trabalho consiste na eliminação mecânica de criadouros de larvas do Aedes aegypti em prédios públicos e privados e na coleta de recipientes que podem acumular água.
Segundo o Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Mônica tem 3.356 moradores. Até o começo da semana, o município somava sete casos positivos de dengue, registros feitos desde 1º de agosto, data de início do período epidemiológico.
Baixo risco – Do outro lado da tabela, com menor índice de infestação do Aedes aegypti, está Diamante do Norte, município com 5.142 habitantes. Com média de 0,9%, é o único do Noroeste do Paraná com classificação de baixo risco.
O prefeito Eliel Correa explicou que para manter a situação sob controle foi preciso intensificar as ações preventivas. Citou a limpeza de terrenos vazios e o trabalho de orientação junto à população. A rotina intensa de trabalho dos agentes de combate a endemias será mantida para que o cenário se mantenha favorável.
Até o começo da semana, Diamante do Norte totalizava 15 casos positivos de dengue.
Epidemia – Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) publicados quinta-feira (1º) pelo Diário do Noroeste revelam que 11 municípios da região estão em situação de pré-epidemia ou epidemia.
A classificação é baseada na progressão de confirmações de casos da doença ao longo das últimas semanas.
Considerando todo o período epidemiológico, desde 1º de agosto de 2023, os municípios em pré-epidemia ou epidemia são Alto Paraná, Inajá, Loanda, Mirador, Paraíso do Norte, Paranavaí, Planaltina do Paraná, Querência do Norte, São Carlos do Ivaí, São Pedro do Paraná e Tamboara.
Recomendações – Em entrevista ao Diário do Noroeste, o diretor da 14ª Regional de Saúde, Sérgio José Ferreira recomendou que os prefeitos intensifiquem a fiscalização em imóveis particulares, a fim de identificar e eliminar os focos do Aedes aegypti. Também pediu que notifiquem e multem os moradores que não mantiverem os cuidados necessários para conter o avanço da dengue.
Ele explicou que os municípios recebem verbas federais e estaduais destinadas à folha de pagamento dos servidores que atuam no combate a endemias e também ao custeio. Trata-se, na avaliação de Ferreira, de um importante instrumento de ajuda aos municípios.
O diretor informou que além da eliminação de criadouros do mosquito, é possível lançar mão de outros artifícios, como a aplicação de veneno, mas o uso de veículos com bombas de ultra baixo volume (UBV) só é possível quando o município cumpre todos os requisitos, por exemplo, realizar mutirões de limpeza. Todas as ações devem ser documentadas e apresentadas à Regional de Saúde, para a disponibilização do carro fumacê.
Até o começo da semana, dois municípios do Noroeste do Paraná faziam uso do equipamento de UBV: Planaltina do Paraná e Inajá.