A primeira quinzena de agosto foi de muito trabalho na Associação de Pequenos Agricultores de Ginseng Brasileiro de Querência do Norte (Aspag). Na quinta venda para o Japão, onde o produto será utilizado na fabricação de chá, a associação totalizou o envio de 3,6 toneladas da raiz picada e desidratada.
Ritmo de trabalho continuará acelerado nas lavouras. Uma mostra de que o trabalho da associação vem se consolidando é que o ritmo de trabalho vai continuar: até a primeira quinzena de setembro, outras cinco toneladas serão exportadas para uma empresa de cosméticos da França. O lote vai embarcar no Porto de Paranaguá rumo ao Ceará, onde será reembalado para seguir ao continente europeu.
Querência do Norte fica no Noroeste do Paraná e é conhecida como o “Pantanal Paranaense e Capital do Arroz Irrigado”, fazendo divisa com o Mato Grosso do Sul. A característica do solo é fundamental na produção do ginseng, tanto que a Aspag vem trabalhando para obter o registro de Indicação Geográfica de Denominação de Origem.
“Por causa do clima e do solo, colhemos com qualidade o ano todo. Este ano colhemos uma batata/raiz de dois quilos. E em paralelo às exportações, estamos buscando a Indicação Geográfica, com o objetivo de ampliar mercado. Algumas empresas, com algumas da China, demandam esse tipo de certificação”, comenta o produtor e presidente da Aspag, Misael Jefferson Nobre.
Atualmente a Aspag conta com 27 associados. Para fazer parte do grupo, é preciso seguir uma série de requisitos, como ter produção orgânica. “O produtor tem conseguido entre R$ 2,50 e R$ 3,20 por quilo. Está sendo lucrativo”, diz Misael. “Com esse projeto, promovemos o desenvolvimento socioeconômico, preservamos o meio ambiente e evitamos a extração de forma clandestina”, completa.
A consultora do Sebrae/PR, Narliane de Melo Martins, ressalta que o produto tem alto valor agregado e apresenta demanda para finalidades distintas, como cosméticos, fitoterápicos, energéticos, entre outras. “Agora a pretensão é aumentar o número de associados, seguir protocolos para manter os selos e certificações já conquistados e buscar a Indicação Geográfica”, projeta.
A produção da raiz impacta as famílias que trabalham na cadeia do ginseng de forma direta, atrai atenção para o município, aumentando o potencial turístico, integrando poder público, instituições de pesquisas e produtores.