*Edmar Lima Cordeiro
Você pensa que babado é bico e tampa de pote é pinico, mas sabe que rapadura é doce mas não é mole.
O Colégio Comercial de Paranavaí foi uma escola de grande e expressiva educação técnica em nossa região. Recebia alunos de São João do Caiuá, de Tamboara, de Terra Rica e de cidades próximas na busca da formação profissional de Técnico em Contabilidade, profissão muito procurada que garantia emprego no mercado de trabalho e foi um símbolo na formação de muitos profissionais.
Fui aluno e depois professor dessa respeitável escola de nossa cidade. De minha turma de técnicos em Contabilidade de 1965 muitos se destacaram em suas atividades, outros foram mais adiante. Destaco aqui o colega de turma Harry Daijó, de Terra Rica, depois formado em Direito e eleito prefeito de Foz de Iguaçu.
Mas nossa conversa é sobre a rapadura. O responsável por esta é um aluno da turma de 1971, chamado Agamenon Arruda de Souza, que diariamente vinha com colegas da cidade de Terra Rica.
Certo dia em sala de aula, me pediu para fazer uma homenagem a um colega que possivelmente estaria de aniversário.
Permiti que ele fosse à Rodoviária, perto da escola comprar guloseimas para a homenagem. Trouxe uma rapadura.
Na sala, começou a cortar pedaços e raspar a rapadura para oferecer aos colegas a deliciosa guloseima. Ele me pede para que eu falasse sobre a rapadura. Comecei dizendo da importância da rapadura na vida do nordestino, do valor nutritivo e econômico desse produto e, emocionado, não consegui controlar o choro e os alunos foram às lágrimas também. Foi muito emocionante.
Pense nisso: o que uma rapadura pode fazer com agente. Ela é doce, mas não é mole.
Edmar Lima Cordeiro
Colaborador DN































