Rayssa Leal conquistou o bicampeonato mundial da SLS (Street League Skateboard) Super Crown, a Liga Mundial de Skate Street, neste domingo (3), no Ginásio do Ibirapuera, na capital paulista. No caminho para a vitória, ela obteve nota 9 durante volta de 45 segundos, algo inédito em sua carreira na SLS.
O paulista Giovanni Vianna, de Santo André, venceu a prova masculina com 36,4 pontos, fechando a dobradinha brasileira em solo nacional.
Rayssa disputou o título mundial com outras cinco atletas na final feminina, mas manteve a liderança desde a primeira rodada da competição. Após sair em vantagem com a nota da volta, a brasileira foi bem nas manobras únicas e somou 31,9 pontos, garantindo a vitória antes mesmo de sua última tentativa.
O segundo lugar ficou com a japonesa Momiji Nishiya (30,6), e o terceiro, com a americana Paige Heyn (28,8).
A australiana Chloe Covell, que era cotada como a principal adversária de Rayssa, ficou em último no lugar na classificação geral, com 20,4 pontos, após cair várias vezes nas manobras únicas.
“Só posso falar que sinto felicidade e gratidão por tudo que venho fazendo com o meu time. Todas as discussões que temos por causa de estratégia, tudo vale a pena,” disse Rayssa em entrevista ao Esporte Espetacular.
Ela ainda enfatizou o apoio da torcida brasileira para o seu resultado. “De manhã, no treino, estava desanimada, pois as manobras não estavam dando certo. A torcida me ajudou muito.”
Rayssa foi a única brasileira a chegar na final do mundial. As outras três compatriotas que estavam na competição, Pâmela Rosa, que foi campeã na etapa do Rio em 2019, Isabelly Ávila, que conquistou a vaga no SLS Select Series Saquarema 2023, e Marina Gabriela, que substituiu a japonesa Funa Nakayama, que está se recuperando de uma lesão, não atingiram a pontuação na semifinal que aconteceu no sábado (2) e ficaram fora da final.
A maranhense de Imperatriz, de 15 anos, já havia sido a campeã do SLS Super Crown 2022, no Rio de Janeiro.
DOBRADINHA BRASILEIRA
A final do masculino foi acirrada até os últimos momentos. Na penúltima rodada das manobras únicas, o brasileiro Giovanni Vianna conseguiu um salto de 9,4 pontos, passando à frente do francês Vincent Milou, que liderava a prova. No último salto, Milou precisava de uma nota 9 para levar o título, mas caiu e ficou com o segundo lugar, com 36,3 pontos, apenas um décimo atrás do brasileiro.
“Eu não tô acreditando, é uma mentira ainda”, disse Vianna, ainda incrédulo, com o troféu na mão, antes de dedicá-lo ao avô, morto há um ano.
Em terceiro lugar, com 27,1 pontos, ficou o português Gustavo Ribeiro, campeão de 2022. O brasileiro Felipe Gustavo, que venceu a etapa de Sydney da SLS, apesar de ter conseguido uma manobra com nota 9,3 ficou apenas com o quarto lugar, com 25,5 pontos.
O canadense Ryan Decenzo (25 pontos) e o americano Maurio McCoy (7) ficaram com o quinto e o sexto lugar, respectivamente.
AS COMPETIÇÕES
O Super Crown é a última etapa da Street League Skateboarding, a mais importante liga de skate de rua do mundo. Criada em 2010, ela não contará pontos para a próxima Olimpíada, no ano que vem, em Paris.
O paratleta Felipe Nunes pôde participar da disputa no Ginásio do Ibirapuera porque o SLS Super Crown é um torneio disputado por atletas convidados.
Como classificatórios para Paris-2024, os campeonatos válidos são organizados pela World Skate: o Mundial e o ProTour.
A próxima etapa do Mundial de Street Skate que soma pontos para as Olimpíadas acontece de 10 a 17 deste mês, em Tóquio.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)