YAGO RUDÁ
DA UOL-FOLHAPRESS
A experiência do português Vítor Pereira em trabalhar no futebol brasileiro ganha novos elementos a cada rodada do Brasileirão. O treinador do Corinthians está surpreso com o nível de competitividade no país, tem elogiado a variedade de atletas talentosos em quase todos os adversários que encontra pela frente e, diante deste contexto, estuda possibilidades para manter o Timão na ponta da tabela sem abrir mão do rodízio.
Nos oito primeiros jogos do Brasileirão, o europeu se impressionou com as equipes do Fortaleza, treinada pelo argentino Juan Pablo Vojvoda, e América-MG, do ex-corintiano Vagner Mancini. Em ambas as partidas, Vítor Pereira iniciou com uma formação mista, encontrou muita dificuldade e precisou fazer substituições e alterações no sistema tático.
A comparação com o futebol português é inevitável. Por lá, segundo a visão da comissão técnica, apenas três equipes (Benfica, Porto e Sporting) possuem condições de serem agressivas e oferecem algo diferente das demais, enquanto os times de menor expressão se limitam a um estilo de jogo pragmático, priorizando a compactação entre linhas.
“Temos que nos preparar, porque há muitas equipes no Brasil com variedades de dinâmicas. Temos que encontrar a forma de enfrentar esse tipo de trabalho. No Campeonato Português isso não existe, não há esta forma de jogar. No Brasileirão é diferente, uns jogam de uma forma e outras equipes jogam diferente. Esse é o desafio”, explicou recentemente o comandante do Corinthians citando o desafio de lidar com tamanha diversidade de estilos de futebol entre os adversários da Série A.
Diante deste cenário, a comissão técnica portuguesa trabalha para mapear os principais modelos de jogo utilizados no Brasileirão e criar treinamentos em cima disso, tanto no aspecto ofensivo como defensivo. Como o calendário apertado e as semanas cheias são escassas, Vítor Pereira tenta acelerar o processo com todo o grupo de jogadores, porém sem abrir mão de suas ideias e convicções de jogo.
Não passa pela cabeça do treinador alterar o esquema de rodízio e, por isso, o entendimento é de que a temporada será mais difícil do que o previsto quando aceitou o desafio de trabalhar no Corinthians.
“Temos que melhorar o nosso nível. Se continuarmos unidos, não perdermos a confiança em nós mesmos e nas nossas qualidades, e continuarmos trabalhando no nosso trabalho, os tropeços não vão ser tão doloridos. Os jogadores vão ganhar mais maturidade. Acredito no trabalho”.