A Operação Moto Perpétuo desencadeada nesta data, 23 de abril, é resultado de um trabalho conjunto entre a Receita Federal e a Polícia Federal em Curitiba/PR.
A investigação buscou identificar o patrimônio oculto e os rendimentos oriundos da atividade criminosa da organização liderada por um casal de empresários da região de Curitiba/ PR, ligado ao setor de saúde.
O casal investigado, líder dessa organização, já havia sido alvo de investigação anterior, a qual desbaratou uma organização criminosa que se utilizava de OSCIPs para celebrar convênios e termos de parceria com a Administração Pública e, por meio de expedientes fraudulentos das mais diversas ordens, desviou, se apropriou e lavou os recursos ilicitamente auferidos.
Naquela ocasião, entre outras medidas cautelares, deferiu-se judicialmente pelo sequestro de diversos veículos e bens imóveis e pelo bloqueio de ativos financeiros mantidos em nome dos investigados e de todas as empresas utilizadas pela organização criminosa. Acontece que, após o deferimento das medidas, verificou-se que o montante de dinheiro sequestrado não chegou a R$ 4 milhões, ficando a totalidade dos bens sequestrados, contando bens móveis e imóveis, bem abaixo de R$ 10 milhões, com indícios de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro.
Novos elementos trazidos ensejaram a realização de uma nova investigação tendo em vista ter sido identificado que o casal investigado estaria ocultando patrimônio com a utilização de laranjas. E, com o intuito de ocultar ou dissimular a verdadeira propriedade dos bens, adquiriu diversos bens imóveis, clínicas odontológicas e veículos de luxo em nome de terceiros.
Os indícios ora indicados ensejaram a decisão judicial pelo cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados visando a comprovação e coleta de novo elementos comprobatórios dos crimes representados.
Foram realizadas buscas também em endereços vinculados a um contador e a um advogado, suspeitos de criarem empresas em nome de terceiros e de auxiliarem na viabilização da lavagem do patrimônio ilicitamente obtido.
A operação contou com a participação de aproximadamente 55 Policiais Federais e 10 Auditores-fiscais e Analistas tributários da Receita Federal que cumpriram, ao todo, 13 mandados de Busca e Apreensão. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Curitiba/PR, Balneário Camboriú/SC e São Paulo/SP.
As ordens judiciais expedidas pela 9ª Vara Federal de Curitiba preveem o bloqueio de imóveis, a indisponibilidade de quotas sociais de empresas, a apreensão de valores e de veículos de alto valor.